NotíciasPolítica

Polícia Federal suspeita que ex-presidente Bolsonaro usava diferentes aparelhos celulares

A Polícia Federal (PF) suspeita que o ex-presidente Jair Bolsonaro usava diferentes aparelhos para se comunicar com amigos, familiares e aliados.

A hipótese é considerada desde maio, quando a PF fez uma operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente no bairro do Jardim Botânico, em Brasília, no âmbito do inquérito que investigava a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19. O aparelho telefônico apreendido à época não tinha senha, o que chamou atenção dos investigadores.

Na última terça-feira (24), Bolsonaro foi intimado a depor à Polícia Federal no âmbito da investigação sobre um grupo de empresários que discutiu um golpe de Estado no aplicativo de mensagens WhatsApp.

Em uma das conversas interceptadas, o ex-presidente pediu a um empresário para “repassar ao máximo” uma mensagem que insinuava, sem provas, uma fraude do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições do ano passado, e ainda continha ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.

A mensagem foi enviada ao empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, em junho de 2022, por um contato identificado como “Pr Bolsonaro 8”, contato este, que a PF afirma ser do ex-presidente e aponta para a hipótese de que o Bolsonaro usava mais de um aparelho.

O texto afirmava que Barroso cometeu “interferência” e “desserviço à democracia” por atuar contra a adoção do voto impresso.

Nesta quarta-feira (23), Bolsonaro confirmou ter enviado essa mensagem em entrevista à “Folha de S. Paulo”, durante um voo de Brasília a São Paulo.

“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro do STF e então presidente do TSE Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021]. Eu sempre fui um defensor do voto impresso”, afirmou Bolsonaro.

Alta

O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu alta, na tarde desta quinta-feira (24), após fazer exames no hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

Ele foi internado na quarta-feira para os procedimentos que são preparatórios para três cirurgias que deve fazer em setembro. Bolsonaro deixou o hospital de carro, pouco depois das 15h, e não falou com a imprensa, no dia em que o filho Jair Renan é alvo da Polícia Federal.

Com a alta, segundo o assessor Fábio Wajngarten, Bolsonaro pretende viajar para Barretos, no interior de São Paulo, onde será homenageado pela Câmara Municipal da cidade com um título de cidadão honorário na tradicional festa do peão, que movimenta o município. A homenagem será entregue nesta sexta-feira (25).

O ex-presidente já fez cinco cirurgias desde que sofreu uma facada em Juiz de Fora, durante a campanha presidencial de 2018. A última se deu nos Estados Unidos, em janeiro. No dia 9 daquele mês, um dia após os atos de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes por seus apoiadores, em Brasília, ele sentiu dores abdominais e precisou tratar de uma aderência em uma hérnia incisional.

Antes, ele já havia operado em São Paulo, em setembro de 2019, quando o atentado completou um ano. As outras três cirurgias foram realizadas nos dias posteriores ao atentado, na Santa Casa de Juiz de Fora e depois no Hospital Israelita Albert Einstein.

Autor: O Sul

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo