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Análise: Grêmio é cirúrgico em estratégia no Mineirão e se molda a estilo mais competitivo

Decisão contra o Cruzeiro teve time reativo e sem "futebol bonito" novamente, mas ideia defensiva surtiu efeito com vitória e classificação às quartas da Copa do Brasil

 

 

O termo “saber sofrer”, um tanto clichê no futebol, tem se aplicado bem ao desempenho recente do Grêmio. A terceira vitória seguida, esta por 1 a 0 e com classificação às quartas na Copa do Brasil contra o Cruzeiro, teve novamente um time mais reativo, mas sólido na defesa e eficiente quando precisou no ataque. É desta forma que a equipe encontrou a maneira de ser competitiva.

O técnico Renato Portaluppi montou o Grêmio para o duelo decisivo no Mineirão da mesma forma que os dois jogos anteriores, quando iniciou a atual série de vitórias. O esquema com três zagueiros está afirmado e consolidado neste momento. Se as atuações não são de encantar os olhos do torcedor, ao menos a resposta tem sido positiva

deixou de lado inclusive a ideia prioritária para o ano. Se observarmos os jogadores contratados para a temporada, a maioria privilegia a questão técnica, como Cristaldo, Carballo e Pepê. A intenção de Renato era remontar um modelo de jogo propositivo. Mas o momento mostrou outro caminho.

“Falo para o meu grupo que temos que aprender a sofrer. Temos sofrido, mas conquistado os resultados. Entre jogar bonito e ter o resultado, prefiro ter o resultado.”
— Renato Portaluppi, técnico do Grêmio

A única novidade na escalação foi a manutenção de Cuiabano no meio-campo, com intuito de aproveitar a parte física do jovem para reforçar a marcação. Na prática, o time se postou com linha de cinco na defesa, com Fábio e Reinaldo compondo o sistema defensivo com o trio de zaga.

Com inferioridade em posse de bola, o Grêmio via o Cruzeiro tentar criar. Henrique Dourado, que já havia testado Gabriel Grando, quase marcou de cabeça, não fosse o corte salvador de Bruno Alves em cima da linha. O Tricolor apostava em algumas escapadas no ataque.

O time chegou a mandar uma bola na trave, com Cuiabano, mas houve impedimento marcado. Fábio também teve chance, mas chutou fraco após passe de Suárez. O uruguaio, aliás, foi determinante no gol gremista.

Aos 26 minutos, o camisa 9 acompanhou de perto a saída de jogo do Cruzeiro e aproveitou vacilo da zaga para roubar a bola e rolar para Villasanti. O paraguaio apareceu na meia-lua e finalizou certeiro, no canto de Rafael para abrir o placar. Era tudo que o Grêmio precisava.

Em vantagem no marcador, mais do que nunca era o momento de seguir com a estratégia defensiva e, se possível, arriscar contra-ataques para matar o confronto. O Cruzeiro, porém, teria bastante tempo para buscar a igualdade, e continuou superior mesmo com o gol sofrido.

Ainda no primeiro tempo, o time celeste assustou ao menos três vezes. Mateus Vital quase acertou o ângulo esquerdo de Grando, Dourado parou no travessão, e Oliveira finalizou para defesa do goleiro tricolor.

O cenário após o intervalo, em linhas gerais, não se alterou. O Cruzeiro prosseguiu com ampla posse de bola, mas o Grêmio seguiu bem compactado na defesa. O Tricolor mastigou o jogo, ora com faltas, ora fazendo o tempo passar. Assim, o adversário não teve o mesmo de volume de chances claras de gol e abusava de cruzamentos.

Em uma escapada em velocidade, Cuiabano entrou na área e serviu Bitello, que empurrou para as redes. Porém, após revisão no vídeo, a arbitragem marcou falta do lateral na disputa com Wesley. O Cruzeiro pressionou até o fim, mas parou na solidez defensiva do Grêmio de um jogo inteiro e nas intervenções de Grando quando foi exigido.

Goste ou não do modelo adotado, é inegável que, até aqui, tem sido eficaz. O Grêmio deixou para trás a fase ruim, de quatro jogos sem vencer, para ser uma equipe consistente, que chegou a cinco partidas invicto, incluindo três vitórias em sequência com o esquema com três zagueiros.

O time soube encarar a grandeza de um duelo fora de casa diante do maior campeão da Copa do Brasil. Embora não apresente o “futebol bonito” de outrora, com o próprio Renato no comando, o desempenho recente tem sido satisfatório, como na noite de quarta no Mineirão.

autor; Ge.globo

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