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PF marca depoimento de Bolsonaro em inquérito sobre joias para 5 de abril

Tenente-coronel Mauro Cid também é intimado; ex-presidente chega ao Brasil nesta quinta-feira

Foto: Reprodução/Twitter

A Polícia Federal intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o antigo ajudante de ordens dele, o tenente-coronel Mauro Cid, a prestarem depoimento no inquérito que investiga a suposta tentativa de ingresso ilegal de joias da Arábia Saudita no país. Bolsonaro deve falar a partir das 14h30min do dia 5 de abril. Fontes da PF confirmaram a informação ao portal R7. Bolsonaro desembarca em Brasília no início da manhã desta quinta-feira, proveniente dos Estados Unidos.

Na semana passada, a defesa do ex-presidente entregou as joias e armas recebidas, mas os processos no Tribunal de Contas da União (TCU) e os inquéritos sobre o caso seguem em tramitação. A Corte vai agora acompanhar os desdobramentos das investigações.

Após a confusão, o TCU escolheu dois servidores para realizar uma auditoria nos presentes recebidos pelo ex-mandatário durante o tempo em que ele ocupou a Presidência, entre 2019 e 2022. O objetivo é ver se há indícios de outras irregularidades. Caso seja encontrado algo, o tribunal pode abrir novos processos para investigar Bolsonaro.

O caso

Os itens foram trazidos para o Brasil por uma comitiva do Ministério de Minas e Energia que representou o governo federal em um evento na Arábia Saudita, em outubro de 2021. O grupo, liderado pelo então ministro Bento Albuquerque, trouxe dois pacotes com presentes sauditas da marca de joias Chopard.

O caso também é alvo de um pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) protocolada na Câmara dos Deputados em 8 de março. No requerimento, parlamentares argumentaram que é necessário investigar as denúncias da entrada irregular das joias no país. “As condutas incorrem no completo desrespeito aos princípios que regem a vida e os agentes públicos”, menciona o pedido.

O governo de Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o país um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões. As joias eram um presente do regime saudita para o então presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos. Elas foram encontradas na mochila de um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque, que viajou para o Oriente Médio em outubro de 2021.

Ao saber que as joias haviam sido apreendidas, o ex-ministro retornou à área da alfândega e tentou usar o cargo para liberar os diamantes. Foi nesse momento que Albuquerque disse que tratarem de um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle. Câmeras de segurança gravaram a cena, como é de praxe nesse tipo de fiscalização. Mesmo assim, o agente da Receita reteve as joias porque, no Brasil, é obrigatória a declaração ao Fisco de qualquer bem que entre no país cujo valor seja superior a mil dólares.

Autor: Rádio Guaíba

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