Enchente em Porto Alegre está longe do fim e cidade sofrerá com inundações ainda por um longo periodo | ANSELMO CUNHA/AFP/METSUL METEOROLOGIA
O que a MetSul Meteorologia enxerga nos mapas dos modelos que analisa todos os dias é absolutamente entristecedor e desolador para quem, como parte da nossa equipe de meteorologistas e outras centenas de milhares de pessoas, as casas estão ainda sob as águas na enchente.
A cheia do Guaíba está longe do fim em Porto Alegre. Embora o Guaíba tenha recuado nesta quarta-feira para perto de 5,00 metros após quatro dias de estabilidade entre 5,25 m e 5,35 m, chuva e vento vão prolongar a enchente com novos momento de elevação do nível.
Nesta quinta-feira, por exemplo, vento Sul no setor Norte da Lagoa dos Patos vai associado ao ingresso de uma massa de ar mais frio gerar represamento, causando uma alta temporária ou reduzindo o ritmo de baixa das águas.
O problema é que vem depois. Superado o vento Sul desta quinta, o Guaíba tende a ter uma trajetória de baixa com menor vazão chegando dos rios que desembocam em Porto Alegre. Só que esta vazão em queda não será duradoura.
A chuva que se prevê nos afluentes entre sexta e segunda será excessiva, com volumes equivalentes a um ou dois meses de precipitação em apenas quatro dias, trará muita água para o Guaíba semana que vem, o que sinaliza uma nova elevação do nível das águas.
Não bastasse, a chuva por vezes será forte na capital, agravando alagamentos pelo comprometimento da macrodrenagem. A rede pluvial, saturada de água do Guaíba, será incapaz de absorver o grande volume de água da chuva em parte da cidade.
Outro complicador será o vento. Na chegada de uma massa de ar frio de origem polar semana que vem, de terça para a quarta, haverá vento Sul forte com nova alta do Guaíba. Quando o vento Sul sopra forte, o Guaíba pode subir 20 cm a 50 cm, conforme a força do vento, em poucas horas.
Autor: MetSul
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