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GRÊMIO BUSCAR Análise: Grêmio esbarra em seu limite na Copa do Brasil, mas poderia ter competido mais

Tricolor vai até longe na competição para ano de reformulação, mas diferença para o Flamengo fica clara nos 180 minutos. Quando time era melhor no Maracanã, Renato trocou e piorou

 

A noite épica não veio. Ficou longe, aliás, embora o Grêmio tenha até jogado relativamente bem na derrota por 1 a 0 para o Flamengo, no Maracanã, pelo jogo de volta semifinal da Copa do Brasil.

A eliminação, lógica depois do 2 a 0 sofrido na Arena, se concretizou e deixou um gosto de que o Tricolor desafiou as projeções realistas. Ao mesmo tempo, poderia ter competido melhor com os cariocas.

Parece contraditório, mas em um ano de reformulação profunda após a disputa da Série B, chegar à semifinal superou as expectativas do próprio Grêmio para a temporada, em que pese a tradição na competição e o peso da camisa. Ao mesmo tempo, a impressão deixada é de um time que poderia ter feito mais frente ao Flamengo.

No placar agregado, foram 3 a 0 para os rubro-negros mesmo mergulhados em uma crise profunda no jogo da volta. Mostra a diferença entre os dois clubes. Investimento, receita, qualidade técnica. Só que, em campo, o Grêmio poderia ter feito mais. Sobram exemplos recentes de que é possível encurtar a discrepância com estratégia e dedicação. Cuiabá e Olimpia que o digam.

Como chegou até a semi, o Grêmio deixa o gosto que era possível chegar à final, mesmo que antes da competição poucos colocassem o Tricolor como um postulante ao título. Apesar das contratações caras e de Suárez, a reformulação explica esse ponto. Foi mais ou menos o que falou o presidente Alberto Guerra depois do jogo.

O Grêmio começou em cima do Flamengo e fez um bom primeiro tempo no Maracanã. Teve uma chance clara e rondou a área, mas sem profundidade. Faltava romper a última linha, fosse com os toques curtos ou alguma jogada individual.

Bitello perdeu a melhor oportunidade gremista na etapa inicial em trama por dentro. O próprio meia e Suárez foram os responsáveis pelas outras finalizações gremistas na etapa inicial. O Flamengo obrigou Gabriel Grando a duas defesas, uma logo no início, em cabeçada de Bruno Henrique, e depois em chute de Arrascaeta já depois dos 40 minutos.

Ou seja, o Grêmio enfrentava o Flamengo, mesmo sem criar tanto, mas esbarrava em suas próprias limitações para gerar chances. A etapa final veio e o Tricolor se manteve bem. Suárez teve as duas chances para abrir o placar e perdeu.

Primeiro, em lançamento longo de Reinaldo, que o uruguaio chutou de primeira (veja abaixo), mas sem pegar em cheio aos 4 minutos. Logo depois, em cruzamento para trás de Cristaldo para o camisa 9 bater da altura da marca do pênalti. Matheus Cunha defendeu no reflexo. A trinca de chances acabou com o chute de Ferreira na trave.

Em 15 minutos, o Grêmio havia criado e gerado perigo. Conseguia se portar bem e segurar o Flamengo na defesa. Renato, então, resolveu trocar e deixar o time ainda mais ofensivo aos 16. Tirou Cristaldo, Carballo e Bitello, três peças do meio-campo. João Pedro Galvão, Pepê e Lucas Besozzi entraram, respectivamente.

A partir disso, a equipe perdeu força. O técnico justificou as trocas por desgaste, mas poderia ter tentado deslocar Bitello para o meio e colocar Besozzi e Pepê no jogo, por exemplo. Independentemente disso, o resultado foi uma queda do Grêmio. E o Flamengo cresceu no jogo. Aos 24, já veio o chamado do VAR para o toque no braço de Rodrigo Ely. O pênalti, mesmo com toda polêmica e reclamação, selou o fim.

Quando estava melhor, as trocas acabaram por desmanchar o que vinha bem no Grêmio. Peças novas precisam se encaixar na engrenagem, enquanto ela gira na mais alta rotação. Difícil, claro, e natural.

A ida até a semi não fica suficiente para a grandeza do Grêmio. Mas também soa satisfatória quando o contexto é de retorno da Série B, dificuldades financeiras transitórias, reformulação no grupo de jogadores e contratações que chegaram há algumas semanas.

Resta agora buscar a vaga na Libertadores no Brasileirão para ano que vem, aí sim, voltar a estar mais pronto para entrar em disputa por título. Seja contra o Flamengo ou quem for.

autor; ge.globo

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