Veja quando vai voltar a chover no Rio Grande do Sul

Sob estiagem pelo clima seco dos últimos meses, Rio Grande do Sul está em urgente necessidade de dias com chuva mais abrangente e volumosa | DENIS GOERL
Mais da metade dos municípios do Rio Grande do Sul, 250 de um total de 497, já recorram à decretação de emergência por conta da estiagem e o clima seco de meses que assolam o estado. Desses, 235 tiveram os decretos recebidos em Porto Alegre, com 125 deles homologados pelo governo estadual e 110 reconhecidos pela União. Tupanciretã foi o primeiro município a decretar emergência ainda na primavera do ano passado.
Parte destes municípios informou ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional estimativas de perdas econômicas que alcançam mais de 5,6 bilhões de reais, somando perdas na agropecuária de 4,3 bi e 1,3 bi na pecuária. O levantamento é da Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
Embora sejam dados preliminares, que mudam rapidamente, e que não englobam a totalidade dos municípios que decretaram situação de emergência, os números apontam o grande impacto econômico que a estiagem provoca.
A implicação social na vida dos gaúchos é sentida pela falta de acesso à água. A estimativa atualizada de gastos dos municípios com transporte de água é de 10,6 milhões de reais, pleiteados junto ao governo federal, recurso para ser utilizado para a locação e abastecimento de caminhões pipa e aquisição de reservatórios de água.
A área técnica de agricultura da Famurs também elaborou, com base na estimativa de produção do IBGE divulgada em dezembro e considerando o relato dos municípios referentes à diminuição hídrica, uma projeção de perdas na produção das diferentes culturas agrícolas do estado.
A produção esperada para soja era de 21,3 milhões de toneladas, isso se o período entre o plantio e a colheita observasse condições de chuva normais, mas calculando com base em uma diminuição hídrica 20% menor, a estimativa de queda na produção chega a cerca de 12 bilhões de reais.
O milho é uma cultura mais sensível à falta de chuva e ao clima seco, resultando em perdas maiores, de até 40%. Diante de uma safra estimada em 5m8 milhões de toneladas, a redução pode atingir a cifra aproximada de 3 bilhões de reais.
Quando volta a chover no Rio Grande do Sul?
Como a MetSul Meteorologia antecipou, esta semana seria péssima em precipitações no Rio Grande do Sul. Não vai deixar de chover, mas a chuva é muito irregular e pouca na maioria das cidades que vierem a ter instabilidade nos próximos dias.
Tal cenário é muito ruim para a agricultura por coincidir com o período de maior demanda hídrica da soja e o momento mais crítico da safra já castigada. A chuva no restante da semana será por demais irregular, isolada e mal distribuída, a ponto de diversos municípios terminarem esta semana sem precipitação.
O mapa acima mostra a projeção de chuva dia a dia no Sul do Brasil do modelo meteorológico alemão Icon. Observa-se a tendência de a chuva ser extremamente irregular e com acumulados baixos na maioria das localidades.
Embora possa ocorrer chuva isolada nesta quarta, as pancadas localizadas no estado aumentam a partir da quinta-feira, alcançando um maior número de localidades no final desta semana, mas ainda assim muitas cidades devem ficar sem precipitação.
Isso se reflete na projeção de chuva acumulada de sete dias. O mapas abaixo traz o que o modelo meteorológico alemão Icon indica de chuva acumulada no Sul do país até o começo da semana que vem. A sinalização é clara: chuva irregular, com baixo volume na maioria das localidades e em alguns locais nem choverá.
O que os modelos indicam é que entre os dias 13 e 15 a instabilidade aumentaria bastante no território gaúcho com chuva mais ampla. Uma semana antes, o cenário é ainda incerto e sujeito a mudanças. De momento, o modelo europeu, por exemplo, indica a formação de um ciclone sobre o continente em torno dos dias 14 ou 15 que poderia trazer chuva mais generalizada e com volumes altos em diversas cidades.
Este período da terceira semana de fevereiro, entre os dias 14 e 21 de fevereiro, será por demais importante porque terá condições, de acordo com alguns dados, de ser um período maior de instabilidade e chuva no Rio Grande do Sul com potencial de evitar perdas maiores e até “salvar” lavouras de sojas em algumas localidades.
Autor: MetSul
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