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Seca faz 76 municípios decretarem emergência no RS

Até esta quarta-feira (29), 76 municípios gaúchos já decretaram situação de emergência por conta dos prejuízos ocasionados pela falta de chuva, de acordo com o último boletim da Defesa Civil do Estado. Segundo a Emater, a seca já causou prejuízos irreversíveis na cultura do milho, principalmente na Metade Norte do Rio Grande do Sul, onde as perdas já são superiores a 70% em municípios como Não-Me-Toque, Carazinho, Casca e Marau. No caso da soja, o plantio foi atrasado em várias áreas devido à falta de umidade do solo, e a cultura demonstra sinais de perda de potencial produtivo nas regiões com maior déficit hídrico.
A meteorologista Jossana Ceolin Cera, consultora do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), destacou em texto divulgado nesta quarta-feira que a safra 2021/2022 está sendo marcada pela presença da La Niña, pelo segundo ano consecutivo. Geralmente, a La Niña traz períodos de estiagem ao Rio Grande do SuL, principalmente no período da primavera. E é exatamente o que está ocorrendo nesta safra.
“Aliás, em termos de estiagem e déficit de precipitação, esta é a terceira safra consecutiva, pois mesmo a safra 2019/2020 ter sido de neutralidade, observou-se um período de estiagem muito intenso durante aquele verão. E isto tudo possui reflexos na agricultura do RS, pois são praticamente três anos em que os nossos solos não recebem o volume de chuvas adequado para repor os lençóis freáticos, rios e reservatórios’, afirma a especialista.
As consequências disso, na safra 2021/2022 são as perdas, já irreversíveis, na maioria das lavouras de milho. Nas lavouras de soja, muitas já foram ressemeadas, na esperança das chuvas, e outras ainda nem foram semeadas. No caso das lavouras de arroz, o que preocupa é o nível dos reservatórios, que estão baixando rapidamente, devido à elevada demanda por irrigação das lavouras e, também, devido às altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e ventos, que fazem aumentar a evaporação da água.
Segundo Jossana, com relação às previsões, estas não são muito animadoras, pois, devido à La Niña, os modelos indicam que as chuvas devam ser abaixo da média nos próximos três meses. A exceção, e também esperança, é o mês de janeiro, em que alguns modelos sinalizam melhora nos volumes de precipitação. No entanto, até o dia 13 de janeiro, há previsão de chuvas para os dias 2, 3, 4 e 12, mas elas serão em baixo volume e mal distribuídas entre as regiões do Estado. “A expectativa de bons volumes de precipitação fica para a segunda quinzena do mês de janeiro. Em fevereiro e março, os modelos preveem que as chuvas irão ficar abaixo da média novamente”, destaca.

Governo do Estado fará reunião para alinhar ações de combate à estiagem

Na próxima segunda-feira (3), às 14h, na sede da Defesa Civil do Estado, a secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Silvana Covatti, se reúne com a Defesa Civil e a Emater para alinhar as ações de combate à estiagem no Rio Grande do Sul.
De acordo com o chefe de gabinete da Secretaria, Erli Teixeira, “entre as ações já em andamento neste momento estão a solicitação para que a Emater priorize a verificação dos laudos do Proagro solicitados pelos produtores, auxilie as prefeituras nos decretos de situação de emergência e que apresente um levantamento das perdas com a estiagem”.
“A Secretaria tem realizado diversas ações desde 2019 para mitigar os efeitos da estiagem, como a construção de poços e açudes para reservação de água e orientações sobre a conservação do solo, entre outros. Mas precisamos avançar mais. E estamos à disposição do produtor para ouvir, orientar, naquilo que for necessário”, destaca Teixeira
Na pauta do encontro também estará em discussão algumas propostas como a possibilidade de anistia dos valores devidos ao Programa Troca-Troca de Sementes de Milho e Sorgo, executado pela SEAPDR, e possíveis ações do programa Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural já para o início do ano que vem, quando o orçamento estiver disponível.
Fonte-Jornal do Comércio

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