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Safra do pinhão no RS se aproxima do final

 

Enquanto a safra de grãos de inverno está em desenvolvimento e tem seu plantio prestes a ser encerrado no Rio Grande do Sul, a safra de pinhão, alimento típico da estação, se aproxima do final. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (24/07), na região administrativa de Caxias do Sul, as variedades mais tardias estão em debulha e colheita, finalizando assim a segunda etapa da safra. O produto apresenta qualidade satisfatória, e o tamanho dos pinhões é mediano. Os preços variam conforme a modalidade de comercialização: R$ 8,00 a R$ 9,00/kg para venda direta ao consumidor, na propriedade; R$ 10,00 a R$ 16,00/kg para venda direta ao consumidor, entregue nas residências, e aos supermercados, fruteiras e feiras livres; R$ 10,00/kg para venda na Ceasa.

Na região de Passo Fundo, o pinhão está em final de safra, e os preços ao consumidor variam entre R$ 12,00 e R$ 14,00/kg, representando queda em relação ao pico da safra, quando o preço máximo chegou a R$ 17,00/kg. Na região de Soledade, aproximadamente 80% da área de pinhão foi colhida, restando as cultivares mais tardias. Em avaliação recente, os agricultores consideraram a oferta de produto nesta safra superior à do ano passado, com destaque para Fontoura Xavier e para Passa Sete, maiores produtores de pinhão a região. O pago ao produtor variou de R$ 5,00 a R$ 7,00/kg.

GRÃOS DE INVERNO

Trigo – As condições climáticas no período foram favoráveis ao desenvolvimento das lavouras de trigo, em especial após as precipitações ocorridas entre 16 e 17/07, que estimularam a germinação, a uniformização da população de plantas e a retomada do crescimento vegetativo, anteriormente prejudicado pela baixa umidade do solo. Antecipando-se à previsão de chuvas, os triticultores realizaram a adubação nitrogenada em cobertura, resultando em maior aproveitamento do nitrogênio aplicado e minimizando a compactação do solo, uma vez que o tráfego de máquinas ocorreu em solo sob condições de menor umidade.

A semeadura do trigo encontra-se em fase final. Restam apenas áreas localizadas em clima mais frio, onde a janela de plantio do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) é mais extensa. A área efetivamente plantada está estimada em 97%, e a finalização dos trabalhos deve ocorrer dentro do período recomendado. A Emater/RS-Ascar projeta uma área cultivada de 1.198.276 hectares, com estimativa inicial de produtividade de 2.997 kg/ha.

Aveia-branca – A semeadura foi finalizada. A ocorrência de precipitações de volume moderado, após um período seco que se estendeu por cerca de 20 dias, contribuiu para o estabelecimento e desenvolvimento das lavouras. Os produtores prosseguiram o manejo fitossanitário, com foco no controle de manchas foliares e ferrugem. Também foram retomadas as aplicações de adubação nitrogenada em áreas onde o manejo havia sido adiado pela baixa umidade do solo. A Emater/RS-Ascar projeta o plantio de 401.273 hectares com aveia branca, e produtividade de 2.254 kg/ha.

Canola – Após a conclusão da semeadura, a ocorrência de precipitações moderadas e bem distribuídas favoreceram a retomada do crescimento das lavouras de canola, o estabelecimento das plantas e a evolução de fases fenológicas da cultura. As lavouras apresentam emissão ativa de novas folhas, com boa expansão foliar e fechamento das entrelinhas, especialmente nas áreas semeadas no final da janela de plantio. Observa-se também rápida emissão da haste principal, indicando desenvolvimento vegetativo vigoroso. A Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de 203.206 hectares com canola, e produtividade de 1.737 kg/ha.

Cevada – A semeadura da cevada foi finalizada no período recomendado, e as lavouras estão em pleno desenvolvimento vegetativo. O estabelecimento inicial é considerado satisfatório. Foram priorizadas as cultivares de ciclo precoce a médio (110-130 dias), que apresentam alto perfilhamento, tolerância a doenças (mancha-marrom e oídio) e perfil tecnológico ideal para a malteação. Apesar dos volumes pluviométricos considerados baixos (cerca de 10 mm na região Norte do Estado, onde se concentra a produção), a adubação nitrogenada foi favorecida e deve assegurar o potencial produtivo. Para a Safra 2025, a Emater/RS-Ascar projeta 27.337 hectares cultivados e produtividade de 3.198 kg/ha.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

Os campos nativos seguem com baixa oferta e com queda na qualidade nutricional, sobretudo em áreas de altitude e sem manejo de lotação, o que levou os produtores a intensificarem o uso de sal proteinado e de outros suplementos. Já nos campos nativos melhorados, o desempenho foi superior. As pastagens cultivadas de inverno continuaram a se recuperar e receberam adubações com ureia, dejetos de suínos e cama de aviário. Essas áreas registraram melhor oferta de forragem (principalmente nas propriedades que realizam manejo rotacionado) e já estão sendo pastejadas.

BOVINOCULTURA DE CORTE – Foram adotados cuidados essenciais e ações sanitárias, como vacinações contra clostridioses, desvermifugação, tratamento de ferimentos e ectoparasitoses. Também foi realizada a manutenção de estruturas, como consertos de cercas e de porteiras. Do ponto de vista sanitário, as temperaturas baixas e as geadas, em algumas regiões, contribuíram para a redução das populações de parasitas no campo. No entanto, o impacto das condições climáticas sobre os campos nativos tem reduzido o escore corporal dos rebanhos, sobretudo onde há excesso de carga animal e onde persistem as limitações na oferta forrageira. Essa situação tem exigido o remanejo dos animais para áreas com pastagens anuais ou o fornecimento de alimentos conservados como suplementação.

BOVINOCULTURA DE LEITE – A produção de leite se manteve estável na maioria das regiões, em virtude da melhora nas pastagens e da suplementação e do manejo adequados, consequentemente reduzindo perdas de peso e problemas sanitários. O fornecimento de volumosos e concentrados se manteve, em especial onde houve menor oferta de forragem. As condições sanitárias dos rebanhos estão, em geral, satisfatórias; houve apenas registros pontuais de aumento na Contagem de Células Somáticas (CCS), de tristeza parasitária e brucelose.

APICULTURA – Em diversos municípios gaúchos, os apicultores intensificaram os cuidados com os apiários, oferecendo alimentação artificial e realizando o monitoramento das colônias, a manutenção e o conserto de caixas. Também foram confeccionadas melgueiras, caixilhos e caixas novas, e efetuados pequenos manejos voltados à conservação da temperatura interna das colmeias. Na de Caxias do Sul, o trabalho das abelhas campeiras foi mais ativo, mas as floradas estão escassas. A postura das rainhas foi inibida pelo baixo volume de néctar nas caixas; alguns enxames abandonaram as colmeias por falta de alimentos. Na de Erechim, muitas colmeias se enfraqueceram, e os apicultores realizaram a unificação e substituição de rainhas. Na de Ijuí, houve leve aumento na atividade das abelhas, que estão saindo das colmeias em busca de alimentos, atraídas pelas culturas de grãos em início de floração.

Foto: Divulgação

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

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