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Saber navegar é preciso

Enquanto as reformas não chegam, estamos convivendo com a maior taxa de juro real do mundo. Juros altos impactam negativamente a maioria das empresas, mas sobretudo aquelas que mais dependem de crédito para o desenvolvimento de seus negócios. Setores como os de tecnologia, construção civil e varejo, diante da impossibilidade do repasse integral da elevação de seus custos financeiros aos consumidores, acabam por comprimir suas margens, resultando na diminuição da rentabilidade no valor de suas ações. No mesmo sentido, o crédito encarecido dificulta o acesso ao consumo, novamente prejudicando o resultado dessas companhias. Ante uma expectativa de flexibilização monetária, é justamente em relação a tais segmentos empresariais que se espera um melhor desempenho na Bolsa de Valores, uma vez que o custo do crédito tende a cair, o que pode dinamizar mais a economia como um todo.

Com idêntico viés positivo, estima-se que a Reforma Tributária em tramitação no Congresso Nacional, uma vez aprovada, poderá trazer maior racionalidade ao processo arrecadatório, diminuindo o Custo Brasil, que tem no atual cipoal de tributos aqui praticado um dos seus principais problemas. Contudo, mesmo com os benefícios que a reforma tributária poderá trazer, existe grande desconfiança sobre a profundidade das mudanças a serem aprovadas, havendo um risco não desprezível de, mais uma vez, termos apenas um arremedo de reforma, como tantas vezes já ocorreu. Mesmo assim, a possibilidade de haver uma reforma tributária que signifique algum avanço, juntamente com o êxito do controle inflacionário e a estabilidade do dólar nos próximos meses, abre-se importante janela para que a Bolsa de Valores volte ao radar dos investidores brasileiros e estrangeiros.

Esse novo ciclo virtuoso que pode estar surgindo para o mercado acionário não significa que a renda fixa deva perder a atratividade, até porque a Selic projetada para o final de 2024 situa-se na casa dos 10% a.a. Entretanto, com a Bolsa indicando uma recuperação consistente, a renda variável passa a ser uma boa alternativa, inclusive para auferir possíveis ganhos com esse momento de recuperação que se prevê para a Bolsa brasileira. A conjugação de ativos que mantenham o seu poder de compra acrescido de juros, caso da renda fixa, com ativos atrelados ao desempenho das empresas, caso da Bolsa, possibilita ao investidor mitigar riscos sem abrir mão da rentabilidade. É importante sempre lembrar que quanto mais sofisticado se torna o mercado, mais imprescindível se converte uma assessoria qualificada e que ofereça orientações para que seja possível navegar, com segurança, nessa provável nova onda altista da Bolsa que se prenuncia.

Colunista: Edson Bündchen

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Saber navegar é preciso
2023-06-15

Autor: O Sul

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