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Por que a onda de calor parece não ter fim?

Machadinho
Céu Limpo
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34º – 17º
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1.91 km/h
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Max. de Almeida
Céu Limpo
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34º – 17º
88%
2.12 km/h
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A onda de calor que afeta o Rio Grande do Sul está na sua segunda semana e vai seguir castigando milhões de gaúchos com temperaturas muito acima do que é normal para esta época do ano.

O que está por trás da onde calor é um sistema que afeta hoje o tempo em grande parte da América do Sul. Trata-se de uma situação de bloqueio atmosférico que afeta uma enorme área do território brasileiro e do Atlântico Sul.

Uma grande alta pressão atua na costa do Brasil e inibe a ocorrência de chuva no Sul, no Sudeste, em áreas mais ao Leste do Centro-Oeste e em parte do Sudeste. Com muitos dias seguidos de tempo firme, a temperatura se mantém muito alta por um período bastante longo.

É o que vem ocorrendo no Rio Grande do Sul. Depois da onda de calor da primeira metade de fevereiro, registrou-se um breve período com temperaturas menores e mais agradáveis, mas nos últimos dias do mês se instalou uma segunda onda de calor que prossegue neste começo de março.

As máximas no Rio Grande do Sul na rede do Instituto Nacional de Meteorologia foram de 36,3ºC no dia 20/2 em Quaraí; 38,5ºC no dia 21/2 em Quaraí; 36,4ºC em 22/2 em Santiago; 38,3ºC em 23/2 em Santiago; 38,1ºC em 24/4 em Quaraí e Santiago; 39,4ºC em 25/2 em São Gabriel; 37,4ºC em 26/2 em São Borja e Campo Bom; 34,6ºC em 27/2 em Campo Bom; 36,2ºC em 28/2 em Campo Bom; 38,0ºC em 1º/3 em Santa Maria; 38,1ºC em 2/3 em Santiago; e 40,5ºC ontem em Santiago.

Este mesmo padrão de bloqueio atmosférico tem trazido calor persistente também em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais com chuva muito abaixo da média na maioria das áreas. A cidade do Rio de Janeiro enfrentou um dos meses de fevereiro mais quentes e secos já registrados.

O que está por detrás do bloqueio que traz o calor

O padrão de chuva abaixo da média e temperatura acima da média numa extensa área do Brasil se dá por uma condição que é velha conhecida dos meteorologistas chamada de Alta Semi-Estacionária do Atlântico Sul (ASAS).

Análise desta segunda-feira do campo de vento mostra a circulação anticiclônica da ASAS na costa do Sul do Brasil e corrente de vento que traz ar quente e umidade pelo interior do continente que favorece chuva intensa e temporais entre o Centro da Argentina e o Uruguai | EARTH NULL

Trata-se de um dos principais sistemas meteorológicos que influenciam o clima da América do Sul, especialmente no Brasil. É um sistema de alta pressão atmosférica localizado sobre o Atlântico Sul, próximo à costa do Brasil, entre as latitudes de aproximadamente 20°S e 40°S.

Sua posição e intensidade podem variar ao longo do ano, mas, de modo geral, a ASAS é um sistema persistente e atua como um bloqueio atmosférico que afeta os padrões de circulação do ar na região.

A ASAS é caracterizada por uma circulação de ventos no sentido anti-horário, gerando subsidência (movimento descendente do ar), o que inibe a formação de nuvens e chuvas na maior parte das áreas sob sua influência.

Isso contribui para períodos prolongados de tempo seco, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil durante o inverno. Além disso, sua presença favorece dias ensolarados e temperaturas elevadas em regiões litorâneas.

Barreira da ASAS leva chuva e temporais para Uruguai e Argentina

O bloqueio atmosférico associado à Alta Semi-Estacionária do Atlântico Sul (ASAS) e ao ar muito quente entre o Sul e o Sudeste do Brasil opera como uma barreira para o canal de umidade da Amazônia que nesta época do ano deveria estar atuando no Sudeste e em parte do Sul e do Nordeste do Brasil.

Projeção de chuva para esta semana do modelo alemão Icon que se observa como a ASAS suprime a chuva no Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste e do Nordeste | METSUL

Com isso, a umidade amazônica está tomando outro caminho. Impedida de avançar pelo bloqueio para o Sul e o Sudeste do Brasil, ela tem avançado pelo interior da América do Sul de Norte para Sul até o Centro da Argentina e parte do Uruguai.

Por isso, nestas áreas, nos últimos dias, tem chovido excessivamente com tempestade fortes a severas frequentes. Os acumulados de chuva nos últimos dias em partes do Centro da Argentina passam de 300 mm e houve inundações. Somente entre ontem e hoje choveu 100 mm na Grande Buenos Aires com alagamentos.

Autor: MetSul

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