Chove desde ontem no Rio Grande do Sul com o avanço de uma frente fria, mas a MetSul alerta que o período de maior instabilidade deve se instalar no estado entre hoje à noite e o começo do sábado com chuva muito intensa e potencial para temporais.
Chuva mais forte hoje à noite e na madrugada do sábado virá com raios | FERNANDO OLIVEIRA
Para entender o quadro meteorológico. A nebulosidade aumentou muito no estado com uma frente fria que provoca chuva desde ontem em várias regiões gaúchas. Os acumulados de chuva até a manhã desta sexta-feira atingiam mais de 30 mm em alguns municípios da Metade Sul do estado.
Nas próximas horas, entretanto, um outro sistema meteorológico vai passar a influenciar o tempo no Rio Grande do Sul. Será um centro de baixa pressão que vai intensificar a instabilidade sobre o território gaúcho.
Com isso, nuvens mais carregadas vão se formar sobre o estado entre a tarde e a noite de hoje com a intensificação da chuva principalmente a partir da noite desta sexta-feira, quando pancadas mais fortes a torrenciais devem atingir parte do território gaúcho.
Estas nuvens carregadas devem provocar ainda raios em diversas localidades e não se pode descartar a possibilidade de alguns temporais localizados com ocasional queda de granizo ou rajadas de vento forte, embora a maior preocupação seja chuva.
Em Porto Alegre e na região metropolitana, onde choveu pouco até o final da manhã desta sexta, tem muita água por vir nas próximas horas. O período mais crítico de chuva na Grande Porto Alegre deve ser entre a noite de hoje e a manhã de sábado, assim que vários pontos da região podem amanhecer neste sábado alagados.
Projeta-se o um cenário de grande instabilidade ao longo da frente, agora semi-estacionária, em torno do paralelo 30ºS (faixa central do estado) com ar mais quente ao Norte e ar mais frio atuando ao Sul. O Centro gaúcho, os vales e a Grande Porto Alegre estarão justamente na área onde as correntes de vento de Norte e Sul se encontram com a intensa instabilidade.
Veja no campo de vento em 850 hPa (1.500 metros de altitude) na projeção do modelo GFS (acima) para hoje à noite como sobre a Metade Norte as “flechinhas” são de Noroeste – trazendo ar quente – enquanto na Metade Sul as “flechinhas” são de Leste para Oeste com ar mais frio pela circulação de uma alta pressão. Elas se encontram na faixa central do estado, onde se concentra o risco de chuva forte e temporais.
Os dados indicam ainda valores mais altos de água precipitável, o que em Meteorologia se usa como um parâmetro para se avaliar o potencial de chuva forte, na faixa em que se espera a chuva mais volumosa. Os valores são mais altos justamente na faixa central do Rio Grande do Sul, de Oeste a Leste, e que alcança a capital e a região metropolitana.
Por que estamos informando que o pior da chuva está por vir? Veja nos mapas a seguir com a projeção de chuva de seis em seis horas do modelo meteorológico europeu como as condições do tempo vão piorar muito no Rio Grande do Sul entre a noite de hoje e o começo do sábado.
Como se observa, os volumes de chuva em poucas horas podem ser muito altos em parte do território gaúcho no final desta sexta e na primeira metade do sábado, o que pode levar a alagamentos e ao transbordamento de arroios e córregos em algumas cidades.
Os mapas de chuva acumulada refletem este cenário. Veja a projeção de chuva acumulada até este sábado do nosso modelo de alta resolução WRF e atente como a simulação aponta uma faixa estreita de chuva excessiva com potencial de volumes acima de 100 mm e que alcança a Grande Porto Alegre.
METSUL
O mapa do modelo europeu é bastante parecido. Assim como o WRF, o modelo ECMWF aponta chuva volumosa na faixa central do Rio Grande do Sul, do Centro do estado, dos vales, até a Grande Porto Alegre e a parte mais ao Sul do Litoral Norte.
METSUL
A diferença entre os dois modelos está quanto à chuva no Oeste gaúcho. O modelo WRF indica a chuva volumosa mais ao Sul, no sentido de Quaraí e Alegrete, enquanto o europeu aponta a faixa de chuva intensa mais orientada para o Noroeste, no sentido de São Borja.
A MetSul reitera que este é apenas o primeiro de dois eventos extremos de chuva no Rio Grande do Sul. Na semana que vem, entre segunda e quinta, haverá um segundo episódios de chuva com volumes muito altos de precipitação e que deve trazer volumes mais altos que este primeiro, levando a inundações, cheias de rios e enchentes em diversas regiões gaúchas.
Autor: MetSul Acompanhe as Redes Sociais da Destaque News e receba as notícias atualizadas em tempo real. WHATSAPP , TELEGRAM , FACEBOOK , INSTAGRAM , TWITTER
