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PEDIATRIA: Risco de surtos de sarampo reforça necessidade de intensificar a imunização

Depois que a Região das Américas foi declarada livre de sarampo em 2016, seguiu-se um período (2017 a 2019) com um aumento constante de casos de sarampo importados de outras regiões do mundo o que levou ao retorno da doença em países da Região das Américas, como aconteceu no Brasil em 2018. Isso foi decorrência das baixas coberturas vacinais que eram observadas desde 2015 e, mesmo após esforços feitos no nosso País, as taxas continuam baixas, o que acende o sinal de alerta. “Vale a pena retomar esse alerta porque as coberturas de vacinação da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), mesmo depois de esforços, continuam baixas. Os dados que temos do Ministério da Saúde para 2022, a dose 1 está em torno de 76% e a dose 2 cerca de 53%, sendo que a meta é 95%”, afirmou o médico e membro do Comitê de Infectologia da SPRS, Juarez Cunha.

Cobertura vacinal

De acordo com estimativas de cobertura vacinal nacional informadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) até 2021 (WUENIC), mais de 2,7 milhões de crianças menores de 1 ano de idade na Região das Américas não têm um calendário completo de vacinação, o que significa que 19,7% das crianças elegíveis são suscetíveis a doenças evitáveis por vacinação. “Temos o retorno do sarampo que era uma doença eliminada em 2016 e que retornou em 2018. Desde lá e mesmo com todas as estratégias e ações realizadas, o Brasil continua com casos dessa enfermidade grave e, infelizmente, com coberturas vacinais baixas”

Novos casos

O risco de surto de sarampo no continente americano é o mais alto dos últimos 30 anos. O alerta é da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). De acordo com o documento, os surtos mais significativos ocorreram no Brasil, onde a circulação endêmica continua. Segundo Ana Caetano, presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, “nos últimos anos, houve uma redução muito grande nessa cobertura vacinal. Então, para se ter uma ideia, no último ano, o Brasil teve uma redução de 50% na cobertura vacinal. Isso fez com que novos casos, vindos de outros países, começassem a entrar nos países da América, não só no Brasil, mas na Argentina, no Chile.” Entre 2018 e 2021, 26 crianças menores de 5 anos foram vítimas da doença no país. Nas duas décadas anteriores, apenas um óbito havia sido registrado.

O perigo das fake news

Ana Caetano explica que o sarampo é um vírus altamente contagioso e que o esclarecimento da população é um aliado para o enfrentamento da doença. “Explicar e informar a população, corretamente, que a vacina é necessária para evitar que a gente tenha um surto de sarampo no Brasil. E a doença vem exatamente disso, desses países onde aparecem movimentos anti-vacina e, principalmente, as fake news com relação às vacinas.” No final de janeiro, o Ministério da Saúde anunciou a campanha de multivacinação contra poliomielite e sarampo nas escolas, que deve ocorrer a partir do mês de maio.

Autor: O Nacional

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