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Outono sem La Niña significa o fim da estiagem no Estado?

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O Rio Grande do Sul tem mais da metade dos municípios com prejuízos amplos, sobretudo, no setor agrícola devido a falta de chuva nos meses de verão. Segundo levantamento da Defesa Civil Estadual foram 246 pedidos de decretação de situação de emergência devido a estiagem em 2025 até agora.

O verão de 2025 foi marcado pela enorme irregularidade e escassez de chuva em grande parte das regiões, sobretudo, na Metade Oeste e no Noroeste gaúcho. Não bastasse isso as ondas de calor foram severas e persistente, especialmente entre fevereiro e março o que agravou ainda mais os efeitos da estiagem com elevada demanda hídrica das lavouras.

Segundo rede de dados do Instituto Nacional de Meteorologia em São Borja, por exemplo um dos municípios que decretou situação de emergência por causa da estiagem, o verão teve uma combinação crítica de ausência de chuva e calor extremo prolongado. Os dados diários revelam que foram 21 dias com temperatura acima de 35°C no mês de fevereiro, com 13 dias em janeiro e nos primeiros 8 dias de março. Com relação a chuva foram 3 dias de chuva agrícola (superior a 10 mm/dia) em janeiro e fevereiro e apenas 1 dia em março até agora.

Outro exemplo é o município de Alegrete, também em situação de emergência por causa da estiagem, que segundo o INMET teve apenas 30 mm em janeiro, 138 mm em fevereiro, dos quais 80 mm ocorreu em menos de 24 horas e em março até agora choveu apenas 10 mm. Com relação ao calor, só no mês de fevereiro foram 13 dias com marcas de temperatura acima de 35°C com registro de máximas ao redor de 40°C em quatro dias.

O mapa de anomalia trimestral de precipitação do INMET, ou seja, o quanto que a chuva registrada no período de dezembro a fevereiro ficou acima ou abaixo da média no Brasil nos dá a dimensão do déficit hídrico. As áreas em laranja e amarelo indicam onde a chuva ficou abaixo do normal. Em áreas do Médio e Alto Uruguai, bem como, em parte do Centro e Oeste do Estado faltou chover cerca de 200 mm, pontualmente entre 200 e 300mm, para que a precipitação ficasse dentro da normalidade no período.

O mapa de anomalia trimestral de precipitação do INMET, ou seja, o quanto que a chuva registrada no período de dezembro a fevereiro ficou acima ou abaixo da média no Brasil nos dá a dimensão do déficit hídrico. As áreas em laranja e amarelo indicam onde a chuva ficou abaixo do normal. Em áreas do Médio e Alto Uruguai, bem como, em parte do Centro e Oeste do Estado faltou chover cerca de 200 mm, pontualmente entre 200 e 300mm, para que a precipitação ficasse dentro da normalidade no período.

Fim do La Nina e regime de chuva de outono podem reverter esse quadro?

O oceano pacífico equatorial há semanas dá sinais de Neutralidade climática com aquecimento parcial da parte Leste de monitoramento. O oceano teve uma passagem rápida de um La Nina clássico e fraco para um processo de El Niño costeiro com impacto maior pontual, sobretudo, no Peru e no Equador. O fato é que um dos principais fatores que inibiam a chuva perdeu força. Por outro lado, só isso não resolve o problema da estiagem.

À primeira vista há um equívoco em esperar normalidade em um ano de Neutralidade climática, sobretudo, em áreas de transição climática e latitudes médias como é o caso do Rio Grande do Sul. Sem El Niño ou La Niña outros vetores climáticos entram em cena com maior protagonismo na previsão do tempo. Isso torna a previsão ainda mais desafiadora.

Analisando os modelos previsão de tempo deste começo de outono as projeções são relativamente otimistas com relação ao retorno da chuva mais frequente. Além disso, gradativamente a característica da chuva muda com a passagem mais lenta de frentes frias e a formação de ciclones extratropicais.

Nesse sentido a projeção do modelo europeu para os próximos 15 dias indica que a frequência e volume de precipitação aumenta significativamente a partir do dia 24 de março. Nas Metade Oeste e Sul e no Noroeste os acumulados poderão ser altos com volumes ao redor e acima da média histórica de março. Projeção de 100 a 159 mm nessas áreas com 150 a 200 mm em alguns pontos.

Por outro lado, o modelo americano apesar de apresentar solução similar quanto a região de maior potencial de chuva nos próximos 15 dias, indica volume menor. Nas regiões Oeste e Sul a projeção do modelo matemático indica acumulados na faixa de 30 a 75 mm. Levando se em conta que haverá forte aquecimento antes da chegada da instabilidade é provável que temporais acompanhem a chuva na semana que vem.

Portanto, com essa divergência dos modelos atmosféricos ainda é cedo para decretar a data do fim da estiagem. Em contrapartida há uma expectativa otimista quanto ao retorno da chuva o que certamente irá aliviar os efeitos do tempo seco prolongado. Simultaneamente a chuva gradativamente irá passar por uma mudança de comportamento saindo da fase mais isolada típica de verão para um padrão mais generalizado e persistente típico de outono/inverno.

Sob o mesmo ponto de vista as projeções de longo prazo indicam um abril e começo de maio de grande irregularidade e déficit da precipitação no território gaúcho, mas de forma regionalizada é possível que alguns municípios saiam da fase crítica de escassez de chuva para uma fase mais úmida. Entretanto, o fim da estiagem num cenário estadual, amplo ainda não tem data para ocorrer. Exceto em alguma situação pontual de chuva excessiva que só é possível prever no curto prazo. Portanto, a recomendação é ter cautela e economizar água com uso consciente dos mananciais e fontes de abastecimento.

Autor: MetSul Acompanhe as Redes Sociais da Destaque News e receba as notícias atualizadas em tempo real. WHATSAPP , TELEGRAM , FACEBOOK , INSTAGRAM , TWITTER

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