Clima

O que causa o dilúvio no Sudeste e corta a chuva no Rio Grande do Sul

Machadinho
Céu Limpo
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35º – 23º
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Max. de Almeida
Céu Limpo
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Volumes excessivamente altos de chuva atingem áreas do Sudeste do Brasil, sobretudo São Paulo no momento, trazendo alagamentos, inundações e enchentes. Ao mesmo tempo, no Rio Grande do Sul começa uma sequência de dias com predomínio de tempo firme, chuva escassa e uma onda de calor.

CPTEC/INPE

A imagem de satélite acima da manhã deste sábado mostra um corredor de umidade com muitas nuvens e chuva que atravessa o Brasil da Região Norte e vai até o Sudeste que se denomina de Zona de Convergência do Atlântico Sul, ou ZCAS na sigla usada pelos meteorologistas.

A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é conhecida por uma faixa de nebulosidade que cruza o Brasil. Este corredor de umidade, um verdadeiro rio atmosférico, tem uma orientação climatológica típica de Noroeste para Sudeste, estendendo-se da região da Amazônica até o litoral da Região Sudeste.

Em alguns casos, especialmente durante o verão, a orientação da ZCAS chega a levar a faixa de maior instabilidade até os litorais do Paraná e de Santa Catarina, o que explica o tempo às vezes muito chuvoso durante o verão no litoral catarinense enquanto o Oeste de Santa Catarina enfrenta estiagem e falta de chuva.

Os eventos de ZCAS são sazonais. São comuns entre os meses de novembro e março, ou seja, é um fenômeno típico de estação quente e podem durar até dez dias consecutivos, causando grandes volumes de precipitação nas áreas de atuação.

Tais eventos da Zona de Convergência do Atlântico Sul podem ser iniciados com a participação de frentes frias, que atravessam o Sul do Brasil e que ao chegarem na Região Sudeste passam a gerar convergência de umidade da região amazônica até o Oceano Atlântico.

Os episódios de ZCAS são conhecidos por provocar volumes muito altos de chuva sobre o Sudeste do Brasil, em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Trazem ainda muita chuva em áreas do Centro-Oeste, especialmente no Mato Grosso e em Goiás.

Sempre que se forma um episódio da Zona de Convergência do Atlântico Sul aumenta a preocupação com chuva excessiva a extrema no Sudeste do Brasil porque os eventos de ZCAS favorecem episódios de chuva extrema localizada com inundações e deslizamentos de encostas.

A ZCAS, por outro lado, tem um efeito secundário que reduz a chuva em parte do Brasil. Quando ela atua entre o Norte, o Centro-Oeste e o Sudeste do país, há uma tendência de diminuição das precipitações mais ao Sul do país, notadamente no Rio Grande do Sul.

Como um cobertor curto, em que uma ponta se cobre e a outra é descoberta, e vice-versa, o rio atmosférico direcionado para o Sudeste do Brasil reduz o aporte de umidade para o Sul do Brasil.

METSUL

É o que se observa nos mapas com projeção de água precipitável para os próximos dias na América do Sul com o corredor de umidade ou rio atmosférico da ZCAS levando muito umidade para os estados do Sudeste e “drenando” a umidade que poderia favorecer chuva mais abundante no Rio Grande do Sul.

Enquanto São Paulo e outras áreas do Sudeste sofrem com alagamentos e inundações, mais de 40 municípios já decretaram situação de emergência pela estiagem e o número vai aumentar à medida que as perdas na agricultura crescem com a escassez de chuva.

A redução do aporte de umidade não impede a ocorrência de chuva, mas que cai de forma mais irregular e localizada mais ao Sul do Brasil. É justamente o que se espera para o território gaúcho nos próximos dias com precipitações muito localizadas ou isoladas associadas ao calor que será intenso.

Autor: MetSul

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