Morreu nesta quinta-feira, dia 3, o jornalista Cid Moreira, aos 97 anos. Ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, local em que tratava de uma pneumonia. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos após quadro de pneumonia.
Segundo Fátima Sampaio, viúva de Cid Moreira, o jornalista enfrentava problemas nos rins, e já fazia diálise com frequência. Ela concedeu uma entrevista nesta manhã ao programa “Encontro”, de Patrícia Poeta, da Rede Globo, ela contou sobre os últimos dias com o marido: “Mudamos para perto do hospital quando ele começou a fazer a diálise. Não contei para ninguém para ter o direito como ser humano de privacidade”.
Fátima explicou também que Cid Moreira pediu para que seu corpo fosse enterrado em Taubaté (SP), onde nasceu. “Ele quer ficar perto da primeira esposa e do filho que se foi. Ele ama Petrópolis, então vamos fazer uma despedida em Petrópolis, e outra no Rio”, disse.
Também ao programa, o médico Nélio Gomes Júnior, que cuidou do jornalista, explicou: “Ele chegou com um quadro de insuficiência renal crônica, com tratamento dialítico […] Ele apresentou um quadro de peritonite, associado a uma infecção urinária”. Ainda segundo o médico, Cid Moreira tinha atrofia muscular e sofreu complicações por causa de uma trombose venosa nos membros inferiores.
“Infelizmente, é um paciente de 97 anos, com múltiplas comorbidades, que acaba evoluindo para uma falência de múltiplos órgãos”, finalizou.
Carreira
O apresentador e locutor nasceu em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 1927. Ele começou sua carreira na rádio, em 1944. Só em 1951, Cid se mudou para o Rio de Janeiro, e teve suas primeiras aparições na televisão e já em 1963, teve sua estreia no “Jornal de Vanguarda”, da TV Rio, e começou a trabalhar com jornalismo televisivo. Nos anos seguintes trabalhou em diversas emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental.
Em 1969, Cid Moreira foi contratado para trabalhar, no recém criado, “Jornal Nacional”, da Rede Globo, programa que apresentou por 26 anos, se tornando um ícone do jornalismo televisivo brasileiro. Após uma reformulação do telejornal, em 1996, que passou a ser apresentado por William Bonner e Lillian Witte Fibe, Cid lia os editoriais, com sua voz marcante. Ele também teve participações no “Fantástico”, desde a estreia do programa, em 1973.
Após sair da frente das câmeras no “Jornal Nacional”, continuou fazendo diversas locuções para a Globo. Entre as mais marcantes, as do quadro do mágico Mister M., no início dos anos 2000, e o grito de “Jabulani!” nas vinhetas esportivas sobre a bola da Copa do Mundo de 2010.
Desde o fim dos anos 1990, também cedeu sua voz à leitura do Novo Testamento. Os discos fizeram sucesso e nas décadas seguintes Cid Moreira seguiu fazendo inúmeros trabalhos voltados à religião cristã e à leitura da Bíblia.
Mais recentemente, buscou modernizar suas atividades, criando perfis nas redes sociais, ele era considerado um influencer, com mais de 1 milhão de seguidores apenas no Instagram. Em 2020, por exemplo, lançou o podcast “Bom Dia, Cid Moreira”, na plataforma Deezer, e fez parte de uma rádio online, a Conhecer, com programas em que lia crônicas, poemas e trechos da Bíblia.
Sua esposa, lançou em 2010, a biografia “Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”. Sua vida foi tema do documentário “Boa Noite”, da diretora Clarice Saliby, exibido no festival É Tudo Verdade em 2020. Aproximando-se mais a um perfil do que a uma biografia, a produção focava em mostrar imagens de arquivo mescladas a falas do próprio Cid Moreira em sua casa, já com mais de 90 anos.
Autor: Correio do Povo
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