
A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) aponta o homem preso no Rio Grande do Sul neste sábado, 3, como o líder de um grupo extremista que planejava um ataque com explosivos durante o show da cantora Lady Gaga, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste fim de semana. O suspeito foi detido em flagrante em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, em operação coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança, que ainda cumpriu mandado em São Sebastião do Caí.
Segundo a investigação, coordenada pelo Ministério da Justiça, o morador do RS seria responsável por recrutar membros para a organização, com o objetivo promover atentado com explosivos improvisados e coquetéis molotov. Os alvos dos ataques seriam crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+ presentes no show.
A ação, comandada pela PCERJ, cumpriu 15 mandados de busca e apreensão contra nove investigados, e contou com a cooperação das polícias do Rio Grande do Sul, de São Paulo e do Mato Grosso.
Em coletiva na tarde deste domingo, o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, forneceu detalhes sobre os passos da investigação e da operação que frustrou o atentado, batizada de “Fake Monters”. O plano previa ataques integrados numa espécie de “desafio coletivo”.
Curi classificou como planos de “ataques terroristas” os atentados a bomba planejados por um grupo de pelo menos oito pessoas. O trabalho, realizado sob sigilo, foi tornado público somente após o show, segundo o delegado, para evitar pânico entre os fãs da cantora internacional.
“O título da investigação é terrorismo. Eles estavam se articulando para fazer esse ataque. Então é uma investigação justamente sobre ataques terroristas. Conseguimos os mandados junto ao Poder Judiciário, num trabalho silencioso, discreto, que não criou nenhum pânico na população. Foi uma operação que impediu que um mal muito maior fosse executado”, defendeu o secretário.
De acordo com Curi, o chefe da organização aliciava preferencialmente menores de idade. A investigação concluiu que o grupo atraía os jovens com discurso de ódio, automutilação, pedofilia e conteúdos violentos.
O secretário revelou ainda que o objetivo dos membros do grupo era obter notoriedade em redes sociais a partir dos atentados. Os envolvidos estariam em plataformas digitais, promovendo a radicalização contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+.
Morte ao vivo
Um dos mandados de busca e apreensão ocorreu contra um homem de 44 anos, morador de Macaé. O suspeito anunciou pela internet que mataria uma criança e transmitiria o ato ao vivo durante o show de Gaga, em retaliação. Porém a PCERJ declarou que, preliminarmente, ele não teria relação com o grupo que planejava os ataques com bombas em Copacabana.
De acordo com a delegada Maria Luiza Machado, da 19ª DP, uma das coordenadoras da operação, o homem está sendo investigado por incitação ao crime e terrorismo.
Arma e pedofilia
Nos endereços, segundo a polícia, foram apreendidos celulares, notebooks, videogames e outros dispositivos eletrônicos, que serão enviados à perícia. Uma arma de fogo também foi apreendida com o suspeito preso em Novo Hamburgo e pornografia infantil foi encontrada armazenada em arquivos digitais de um dos menores, morador do Rio de Janeiro. Ele foi apreendido.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), um adolescente de 16 anos, morador de São Vicente, confirmou ser responsável por perfis que publicavam mensagens de ódio identificadas. No entanto, ele negou qualquer envolvimento com ameaças de atentado inclusive relacionadas a Lady Gaga. Ele foi liberado na presença do pai dele.
A identidade do homem permanece mantida sob sigilo, segundo a PCRJ.
2,1 milhões de pessoas
No show gratuito na noite de sábado, Lady Gaga reuniu 2,1 milhões de pessoas na Praia de Copacabana, e foi um dos maiores eventos já realizados na orla carioca, segundo o governo do Rio. O esquema de segurança montado para a apresentação mobilizou aproximadamente 3,3 mil policiais militares e resultou na apreensão de 251 objetos perfurocortantes em diversos pontos de revista instalados nas imediações do evento.
A operação
A operação foi nomeada de “fake monster” em alusão ao apelido dado aos fãs de Lady Gaga, chamados de “little monster” ou monstrinhos.
Além dos alvos no RS, foram cumpridos mandados em: Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias e Macaé, no estado do RJ; Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista, em São Paulo; e Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso.
Foto: Polícia Civil / Divulgação
Autor: Rádio Guaíba
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