Em meio à Copa, comércio estima venda recorde nesta Black Friday

O entusiasmo e o otimismo com a vitória na estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Catar devem refletir na Black Friday nesta sexta-feira (25). Pela primeira vez, a data que se tornou uma das mais importantes do comércio ocorre em meio ao Mundial. A estimativa do setor é que essa combinação impulsione ainda mais as vendas.
Segundo avaliação da KPMG, algumas categorias devem puxar as intenções de compras, como é o caso de móveis, eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos e utilidades domésticas.
A data deverá registrar o maior movimento financeiro desde que foi incorporada ao calendário do varejo nacional, em 2010, de acordo com projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). A expectativa é que o faturamento chegue a R$ 4,2 bilhões, um aumento de 1,1% em relação ao ano passado, descontada a inflação.
“Esse é um momento muito importante para o comércio de bens e serviços e, com o incremento das promoções de itens voltados à Copa de Mundo de Futebol, o segmento deve encerrar bem o ano”, aponta o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
A Black Friday já é considerada a quinta data mais importante do varejo, atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. A expectativa de crescimento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) para o varejo paulistano em novembro é de 3% a 5% com a Black Friday e Copa do Mundo.
Para a Alshop ((Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), a Copa do Mundo promete ajudar a alavancar as vendas neste mês, já que com os jogos do Brasil os consumidores têm a intenção de comprar artigos relacionados ao tema.
“Esse é um dos momentos mais esperados pelos lojistas, não só para se preparar para um período intensivo de vendas, mas para sentir como o consumidor vai se comportar, e é a partir daí que vem a expectativa para a época que mais movimenta o varejo, o Natal”, afirma Luis Augusto Ildefonso, diretor institucional da Alshop.
Levantamento da associação mostra que 80% dos lojistas vão fazer ações promocionais e esperam aumento de até 20% das vendas. Para 60% dos associados, os descontos serão de 20 a 35% nos produtos da loja, já para uma fatia de 20% os descontos serão de mais de 40%, e para os outros 20% dos respondentes, os produtos chegarão em até 5% de desconto.
E entre os itens mais procurados estão 40% moda masculina, feminina e infantil, 20% eletroeletrônicos e eletrodomésticos, 20% de perfumaria e cosméticos e itens de alimentação com 20%.
Com o impacto da pandemia nos últimos dois anos, houve um crescimento expressivo do e-commerce e um enfraquecimento das lojas físicas, e com isso, muitos lojistas começaram a investir no meio digital. Neste ano, 60% dos lojistas estão trabalhando ações promocionais em conjunto com a loja física e e-commerce.
Por isso, o otimismo é maior no e-commerce. A ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) aponta que o período deve movimentar R$ 6 bilhões no e-commerce brasileiro, o que representa aumento de 3,5% em relação a 2021. Segundo levantamento, o número de pedidos online deve ultrapassar os 8,3 milhões.
As categorias mais aquecidas este ano serão telefonia, eletrônicos, informática, eletrodomésticos e eletroportáteis, moda, beleza e saúde, de acordo com a ABComm.
Nesta quinta-feira (24), a pré-Black Friday registrou cerca de R$ 12 milhões em transações, via cartão de crédito, no e-commerce brasileiro. Já o total de pedidos teve uma queda de 2,3%, em relação ao período do ano anterior.
Os dados são do monitoramento hora da ClearSale, empresa referência em inteligência de dados com múltiplas soluções para prevenção a riscos, em parceria com a Confi Neotrust. Para o levantamento, as empresas consideraram as transações realizadas das 8h até as 12h desta quinta-feira.
Defesa do consumidor
Para o professor de administração da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Agostinho Varandas, o consumidor deve pesquisar os preços e aproveitar as facilidades que o mercado oferece como desconto para pagamento à vista e cashback.
“O poder de reação do mercado está elevado, com isso, as empresas oferecem descontos e o consumidor poderá decidir o que cabe no bolso. É importante acompanhar com antecedência, pois os valores tendem a subir e retornar ao valor inicial no fim do período promocional”, explica Varandas.
De acordo com o professor, o consumidor deve também evitar despesas desnecessárias nos últimos meses do ano. “É importante controlar o impulso. Ter uma lista pré-definida, descartar itens desnecessários, saber qual é a disponibilidade de renda para não extrapolar o orçamento mensal, pensar em adiar a decisão de compra por um ou dois dias, pois desse modo, será mais fácil avaliar os impactos do parcelamento nos meses seguintes”, destaca.
Autor: R7 Acompanhe as Redes Sociais da Destaque News e receba as notícias atualizadas em tempo real. WHATSAPP , TELEGRAM , FACEBOOK , INSTAGRAM , TWITTER