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Dor e revolta: a Espanha uma semana após o dilúvio catastrófico

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JOSÉ JORDAN/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Dor e revolta tomam conta da áreas atingidas pelo desastre da chuva na Espanha uma semana depois da catástrofe. As autoridades ainda procuram vítimas e limpam ruas ainda cheias de lama e escombros na região espanhola de Valência, uma semana depois de inundações devastadoras que deixaram 218 mortos.

“Estamos melhores, mas não estamos bem”, resumiu Maribel Albalat, prefeita de Paiporta, localidade próxima à cidade de Valência, que dá nome à região, considerada o epicentro da catástrofe com mais de 70 mortes. Nesta cidade de 25 mil habitantes, que já recuperou a água potável, mas ainda está parcialmente sem luz, “100% das casas, 100% dos comércios foram afetados”, disse Albalat à televisão pública TVE.

Como todos os dias depois da catástrofe provocada na última terça-feira pelas chuvas tempestuosas, um exército de voluntários com pás e baldes chega a esta e outras áreas devastadas para ajudar na limpeza.

No entanto, para retirar os veículos amontoados pela força das enchentes são necessárias equipes profissionais. “Precisamos de máquinas, precisamos de profissionais que venham limpar as ruas, para que as pessoas possam descer e começar a construir as suas casas, os seus negócios”, acrescentou a prefeita.

Para enfrentar o enorme custo da catástrofe, o governo regional de Valência já reservou 250 milhões de euros (270 milhões de dólares ou 1,5 bilhão de reais), com isenções fiscais e indenizações, e o Parlamento validou nesta terça-feira uma ajuda direta de 30 milhões de euros (32 milhões de dólares ou 185,2 milhões de reais) para as pessoas afetadas.

Uma semana depois das inundações históricas, o número provisório de mortos sobe para 218, 214 só em Valência, três em Castela-la-Mancha e um em Andaluzia. Os tribunais já autorizaram a entrega de “cerca de cinquenta corpos” dos falecidos aos seus familiares, indicou o Tribunal Superior de Justiça de Valência na rede social X.

A prioridade continua sendo a localização dos desaparecidos, cujo número exato não foi informado. As operações estão concentradas em estacionamentos e construções subterrâneas, que foram totalmente inundados e ainda não foram fiscalizados por completo.

A Unidade Militar de Emergências (UME), órgão que atua em caso de desastres, instalou inúmeras bombas para escoar a água. Na segunda-feira, mergulhadores conseguiram entrar no estacionamento subterrâneo de um grande shopping em Aldaia, uma cidade de 31 mil habitantes nos arredores de Valência.

A expectativa era enorme já que de suas 5.700 vagas, quase metade é subterrânea. Muitas notícias falsas já circularam inclusive sobre o que pode ser encontrado por lá, mas até agora as autoridades não recuperaram nenhum corpo.

Autor: MetSul

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