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Dólar volta a subir e fecha cotado a R$ 5,24; entenda os motivos

A moeda já acumula altas de: 2,51% na semana; 4,67% no mês e 8,19% no ano.

 

O dólar voltou a subir nessa quinta-feira (18), após ter passado por um movimento de correção na véspera, em meio à disparada das cotações nos últimos dias. A divisa subiu 0,12%, cotado a R$ 5,24 e com o resultado, acumula altas de: 2,51% na semana; 4,67% no mês e 8,19% no ano.

Os principais pontos de atenção dos investidores seguem os mesmos: a perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos, a piora da percepção de risco fiscal no Brasil e a cautela com o conflito no Oriente Médio.

Com isso, investidores devem ficar atentos à participação do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no G20. Falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) também devem ficar no radar, bem como a continuidade da temporada de balanços nos Estados Unidos.

Mercados

Sem grandes destaques na agenda do dia, os investidores continuam a repercutir o cenário de juros norte-americanos e os sinais sobre a política fiscal brasileira.

No exterior, os novos dados de auxílio-desemprego dos Estados Unidos ficaram estáveis em 212 mil na semana encerrada em 11 de abril, abaixo das expectativas do mercado, que esperava 215 mil pedidos.

Apesar do alívio nesses dados de emprego, os demais números da maior economia do mundo continuam fortes — o que aumenta a perspectiva de que o Fed pode não reduzir suas taxas de juros de maneira significativa neste ano. Atualmente, os juros nos Estados Unidos estão entre 5,25% e 5,50% ao ano.

Na segunda-feira (15), por exemplo, o Departamento do Comércio dos EUA informou que as vendas no varejo aumentaram 0,7% em março, acima do 0,3% projetado por economistas ouvidos pela Reuters. Já os dados de fevereiro foram revisados para alta de 0,9%, em vez do 0,6% informado anteriormente.

Os números fizeram os rendimentos das Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) de dez anos — referência global de investimentos seguros — superarem os 4,60%.

Já na quarta (17), o Livro Bege do Fed, que mostra um retrato da saúde da economia norte-americana, indicou que a atividade dos EUA expandiu ligeiramente do final de fevereiro até o início de abril, e havia temores entre as empresas de que o progresso na redução da inflação ficasse estagnado.

Segundo a ferramenta CME FedWatch, que monitora a percepção do mercado sobre os juros americanos, mais da metade dos investidores espera que o primeiro corte nas taxas seja só em setembro. Antes, as expectativas eram de que o ciclo de baixas começasse ainda no primeiro semestre.

Com isso, falas de dirigentes do Fed, que participam de eventos ao longo do dia, também devem ficar na mira dos investidores.

Na última terça (16), o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a inflação continua a se mostrar mais forte do que o esperado nos Estados Unidos, o que significa que Fed provavelmente precisará de mais tempo do que pensava para ter certeza de que os preços caminham para a meta de 2%.

“Os dados recentes claramente não nos deram maior confiança e, em vez disso, indicam que provavelmente levará mais tempo do que o esperado para alcançar essa confiança”, afirmou Powell durante evento realizado em Washington.

Já o vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, disse que “será apropriado manter a atual postura restritiva da política monetária por mais tempo” caso a inflação não desacelere como esperado.

No Brasil, o risco fiscal também continua pesando sobre os mercados. Na segunda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a redução da meta do governo Lula 3, que agora é ter déficit zero em 2025. Na LDO anterior, o projetado era de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 e de 1% para 2026.

A mudança na meta significa abrir mais espaço para gastos, diante de uma dificuldade para aumentar receitas no próximo ano. O mercado financeiro não gostou do afrouxamento ainda no segundo ano da existência do novo arcabouço fiscal.

(Foto: Freepik)

Autor: O Sul

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