DestaqueEconomiaNotícias

Dólar chega a R$ 5,15 e atinge o maior patamar desde março; entenda

Cotação é a maior desde 28 março. Só nessa terça (3), alta foi de 1,71%.

 

O dólar disparou nessa terça-feira (3), subindo 1,71%, para fechar a R$ 5,1530 — maior valor desde 28 de março, quando encerrou a R$ 5,1643. Mas o que motivou essa alta expressiva?

Especialistas são categóricos em apontar como principal razão as incertezas em relação ao controle da inflação nos Estados Unidos. A perspectiva de taxas de juros altas por um longo período tem servido como um ímã para atrair recursos para os Estados Unidos.

Afinal, com juros mais altos nos EUA, considerados um dos países mais seguros para investimentos, outros mercados deixam de ser atrativos. Com menos dólares entrando no Brasil, a tendência é de alta da cotação da moeda americana frente ao real — e frente a várias divisas do mundo.

Emprego

Nos últimos dias, dirigentes do Federal Reserve, o banco central americano, vêm afirmando que as taxas de juros terão que permanecer elevadas por mais tempo para estabilizar os preços no país. A fala mais recente foi do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic.

“Não tenho pressa em aumentar, mas também não tenho pressa em reduzir. Eu quero que aguentemos. Acho que é a coisa apropriada a fazer, por um longo tempo”, disse ele.

O resultado do relatório de emprego corrobora a visão de que o Fed terá que ser mais incisivo no controle da inflação. O número de vagas abertas superou as expectativas: foram 9,6 milhões em agosto, contra a estimativa do mercado de 8,8 milhões.

“O emprego é um dos principais termômetros para os bancos centrais. O resultado (da pesquisa de emprego) mostra que o Fed terá que ser mais rigoroso com os juros”, opina Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos.

Nova alta 

Com isso, cada vez mais analistas já cogitam a possibilidade de o banco central dos EUA até mesmo aumentar a taxa na próxima reunião. De acordo com a ferramenta do CME Group, mais de 30% do mercado espera que os juros sejam elevados em 0,25 ponto percentual em novembro, para o intervalo entre 5,5% e 5,75%.

Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio, acrescenta que os dados do mercado de trabalho e da balança comercial no Brasil, embora positivos, não foram suficientes para impulsionar o real.

“O índice de gerente de compras (PMI, da sigla em inglês) industrial dos Estados Unidos veio acima das expectativas, reforçando a visão de representantes do Fed de que a autoridade monetária provavelmente aumentará as taxas de juros mais uma vez este ano”, justifica.

O mercado ainda aguarda a publicação de outros indicadores nos Estados Unidos para ajustar as expectativas em relação à trajetória dos juros, como o payroll (relatório de salários e empregos) que sai nesta sexta (6).

Porto seguro

Com os juros altos por mais tempo, os títulos de renda fixa nos Estados Unidos se tornam mais atrativos. Os rendimentos de treasuries para dez anos chegaram ao maior nível desde 2007, indo a 4,8007%.

O retorno desse investimento, considerado um dos mais seguros no mundo, faz com que diversos investidores globais abandonem posições em mercados emergentes para aplicar nos Estados Unidos.

“Investidores globais começaram a sacar recursos mundo afora para levar para títulos de maior segurança global, que são títulos mais longos dos Estados Unidos. E quando a gente tem menor oferta de moeda dentro dos países, a gente vê a cotação do dólar subir”, ratifica.

(Foto: Divulgação)

Autor: O Sul

Acompanhe as Redes Sociais da Destaque News e receba as notícias atualizadas em tempo real.
WHATSAPP , TELEGRAM , FACEBOOK , INSTAGRAM , TWITTER

Botão Voltar ao topo