A extensão dos danos causados pelos incêndios florestais que devastam a área de Los Angeles é horrível com bairros inteiros que viraram cinzas, sítios históricos e de arte destruídos, e vidas perdidas. O saldo final de danos, entretanto, ainda é desconhecido, uma vez que os incêndios prosseguem.
Há pelo menos seis incêndios queimando atualmente de acordo com a autoridade estadual Cal Fire, com o incêndio Palisades, o maior, abrangendo mais de 8.700 hectares, estando 8% contido.
O incêndio Eaton ainda está queimando mais de 5.666 hectares e está 3% contido. Já destruiu perto de 1.000 estruturas. O incêndio Kenneth queimou pouco mais de 404,7 hectares e está 50% contido enquanto o incêndio Hurst está impactando cerca de 312 hectares e está 70% contido.
O incêndio Lidia – localizado nas colinas ao norte de Los Angeles – está queimando 160 hectares e está 98% contido. O mais novo incêndio – o incêndio Archer – começou na sexta-feira e queimou 8 hectares e atualmente está descontrolado.
A área queimada pelos vários incêndios é maior do que de São Francisco, Pittsburgh, Boston ou Miami. Na tarde de sexta-feira, cerca de 100.000 pessoas estavam sob ordens de evacuação, e centenas de milhares de clientes de eletricidade estavam sem energia.
O número estimado de casas e prédios queimados supera 10 mil, mas os levantamentos das autoridades estão sob escrutínio porque algumas estimativas incluíam veículos que foram calcinados pelas chamas como estruturas.
Chris Thomas, um porta-voz do comando unificado de incidentes no incêndio de Palisades, disse na sexta-feira que a estimativa inicial é baseada em imagens infravermelhas tiradas durante sobrevoo e nem sempre é fácil precisar dessa altitude se uma estrutura queimada era uma caminhonete ou um galpão.
Dezesseis equipes estão examinando os danos do solo e determinarão conclusivamente quantas estruturas foram destruídas antes de chegar a uma contagem final, que não incluirá veículos.
Pelo menos 11 pessoas foram mortas, com cinco do incêndio Palisades e seis do incêndio Eaton, de acordo com o escritório do legista do Condado de Los Angeles. As autoridades disseram que esperavam que esse número aumentasse à medida que cães farejadores de cadáveres percorressem bairros nivelados para avaliar a devastação em uma área maior do que São Francisco.
As autoridades montaram na sexta-feira um centro onde as pessoas poderiam relatar os desaparecidos. Dezenas de milhares de pessoas permaneceram sob ordens de evacuação, e os incêndios consumiram cerca de 56 milhas quadradas (145 quilômetros quadrados).
As chamas atingiram escolas, igrejas, uma sinagoga, bibliotecas, boutiques, bares, restaurantes, bancos e marcos locais, como a Western Ranch House de Will Rogers e uma mansão no estilo Queen Anne em Altadena, que remonta a 1887 e foi encomendada ao rico cartógrafo Andrew McNally.
Seja qual for a fonte, a imagem que surge é clara: bairros inteiros sumiram. Casas, de chalés aconchegantes a luxuosas vilas à beira-mar, reduzidas a cinzas. Escolas destruídas. E ao longo do corredor comercial, lojas, cafés, restaurantes, supermercados, nada escapou. A tempestade de fogo deixou só ruínas e cinzas pelo caminho.
Rua após rua, há pouco além de cinzas escuras e ruínas onde antes ficava um rico enclave à beira-mar, favorecido por celebridades. Árvores enegrecidas se destacam em meio aos escombros. De intacto, apenas o piso das ruas.
O xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna, afirmou que a devastação causada pelos incêndios florestais em Los Angeles tem sido catastrófica e expressou preocupação de que o número de mortos possa aumentar.
“Por favor, sejam pacientes conosco”, disse Luna. “Esta é uma situação ativa e caótica em todos os lugares onde estamos e queremos fornecer as informações mais específicas e precisas. Então, vamos esperar até que seja seguro, e só para ilustrar, nossos bombeiros, nossos policiais estão entrando nessas áreas. Ainda há incêndios ativos, há vazamentos de gás. É perigoso”, desabafou.
Palisades foi imaginada há um século como uma comunidade religiosa. Sua beleza e proximidade com a natureza — uma longa extensão de praia do Pacífico, penhascos escarpados e cânions profundos e verdejantes — e a proximidade de Los Angeles a tornaram altamente desejável.
O preço médio de listagem de imóveis ali era de 4,6 milhões de dólares, com uma propriedade de oito quartos avaliada em quase 40 milhões de dólares, de acordo com o site Realtor.com. A comunidade foi completamente transformada, praticamente sumiu, em cinzas fumegantes.
“Com base na devastação evidente parece que uma bomba, uma bomba atômica, foi lançada nessas áreas, não espero boas notícias e não estamos otimistas em relação aos números finais”, narrou o xerife de Los Angeles.
David Muir, âncora da rede de televisão norte-americana ABC, que está em Los Angeles para apresentar o seu telejornal World News Tonight, descreveu a destruição que testemunhou na cidade como “inimaginável”.
Em Pacific Palisade, a área mais castigada pelo fogo e onde mais de 80% das construções foram destruídas, a devastação pelos incêndios se estende por quarteirão após quarteirão em que nenhuma casa resistiu. “A destruição é além do compreensível, mas vamos nos reerguer”, diz um morador.
Entre as milhares de propriedades destruídas pela tempestade de fogo em Los Angeles estavam as casas pertencentes a Billy Crystal, Jeff Bridges, Paris Hilton e a estrela do R&B Jhené Aiko.
Entre os marcos que foram danificados ou arruinados estavam a Palisades Charter High School, que apareceu em filmes como Carrie e um remake de Freaky Friday, o rancho da lenda de Hollywood Will Rogers, e o Reel Inn Malibu, uma barraca de frutos do mar cujos fãs incluem Cindy Crawford e Jerry Seinfeld, entre outros.
A escala sem precedentes da destruição em Pacific Palisades ganhou um foco horripilante com um incêndio que destruiu uma grande área da comunidade, tornando-a irreconhecível.
Quando a fumaça começou a se dissipar após dois dias de fogo intenso, Pacific Palisades parecia mais uma paisagem lunar de destruição do que um bairro de luxo conhecido por suas vistas para o oceano, belas paisagens e celebridades.
Áreas inteiras do distrito residencial, de sua pitoresca vila até as margens do Oceano Pacífico, desapareceram completamente, o capricho arquitetônico e o paisagismo exuberante foram reduzidos a ruínas queimadas com fumaça branca ainda saindo dos destroços.
É algo que a comunidade de Los Angeles não enfrentou na memória recente — se é que alguma vez — apesar de terremotos, incêndios, inundações e agitação civil. A devastação se estendeu por quilômetros e quilômetros. A cena era igualmente sombria na Pacific Coast Highway, onde fileira após fileira de casas foram incineradas e expuseram vistas diretas do oceano para a estrada.
Na manhã de quinta-feira, o ator e escritor Steve Guttenberg dirigiu por seu bairro em Pacific Palisades, examinando os destroços. “Parece Berlimou parece parte da Segunda Guerra Mundial”, disse ele. “Tudo está queimado. É simplesmente terrível.”
Por dias, os moradores de Palisades que fugiram rapidamente assistiram a vídeos cataclísmicos de casas destruídas pelo fogo. Um lugar que antes era tão familiar — e parecia seguro — agora consta apenas no mapa.
Poucos lugares representam riqueza e glamour como as colinas de Hollywood em Los Angeles. A exclusividade desse bairro é uma das razões pelas quais os incêndios florestais que atingiram a área metropolitana de Los Angeles esta semana podem se tornar um dos desastres naturais mais caros da história dos Estados Unidos.
Os incêndios florestais deixaram pelo menos 10 mortos e já destruíram propriedades no valor de dezenas de bilhões de dólares. Eles até ameaçaram marcos icônicos como o letreiro de Hollywood e reduziram vários locais e edifícios conhecidos de LA a cinzas.
Analistas do JPMorgan disseram que as perdas decorrentes do incêndio ultrapassariam a marca de dezenas de bilhões de dólares, mas que o saldo final de prejuízo pode ser ainda muito pior que as projecções feitas no momento.
“As expectativas de perdas econômicas decorrentes dos incêndios mais do que dobraram, chegando a cerca de 50 bilhões de dólares e estimamos que as perdas seguradas do evento possam exceder 20 bilhões”, informou a empresa de serviços financeiros a seus clientes em uma nota.
A agência de classificação de risco Moody’s afirmou que as perdas seguradas “alcancem bilhões de dólares, dado o alto valor das casas e negócios nas áreas afetadas”. Se esses números forem corretos, isso tornaria os incêndios florestais o desastre mais caro da história dos Estados Unidos em termos de perdas seguradas, ultrapassando os custos de outros desastres recentes na Califórnia e no Havaí.
Autor: MetSul
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