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Depois de 50 anos, Assembleia do RS volta a ter sessão presidida por deputado negro

Matheus Gomes (PSol) disse ser uma “responsabilidade inspiradora” encerrar hiato

Foto: Paulo Garcia / Agência ALRS

Depois de 50 anos com Carlos Santos, a Assembleia Legislativa voltou a ter uma sessão presidida por um deputado estadual negro. Integrante da Mesa Diretora como terceiro suplente de secretário, Matheus Gomes (PSol) comandou os trabalhos da Casa da tarde dessa quinta-feira. “Fiquei honrado com a confiança da Mesa Diretora. A manchete se inverteu, mesmo que momentaneamente: sai de cena a violência contra a juventude negra e, pela primeira vez, um dos nossos jovens estampa os jornais nos mais altos cargos do poder político. Quero transformar isso em avanços concretos nos direitos sociais e na democracia”, analisou.

O deputado definiu como “dúbio” o sentimento ao saber, pela imprensa legislativa, que fazia cinco décadas desde a última sessão presidida por um negro. “Suceder Carlos Santos, que inclusive foi governador interino, é uma responsabilidade inspiradora. Por outro lado, me entristece que tenhamos ficado tanto tempo apartados do Poder Legislativo. Espero que nunca mais exista esse hiato”, disse.

Além de Gomes, o quinto mais votado no RS, foram eleitas deputadas Bruna Rodrigues (PCdoB) e Laura Sito (PT). O trio, que forma uma inédita bancada negra no Legislativo, protocolou um pedido de criação de comissão especial para analisar a situação econômica da população negra do RS.

Na próxima quinta, a deputada Bruna ocupa o período do Grande Expediente, abordando o tema “Chegamos no Parlamento: desafios e perspectivas para as lutas das mulheres negras no Legislativo gaúcho”, a partir das 14h.

Foto: Memorial do Legislativo do RS

Pioneiro
O deputado Carlos Santos havia sido o último negro a presidir sessões da Assembleia. Deputado por três legislaturas, Santos presidiu o Legislativo em 1967, ano da inauguração do Palácio Farroupilha, atual sede da Assembleia, chegando a ocupar o cargo de governador do Estado interino, na época filiado ao MDB. Foi o primeiro negro a ocupar esses dois postos no Rio Grande do Sul.

Ele seguiu na AL até 1974, sendo posteriormente deputado federal até 1982, quando encerrou a carreira política. Carlos Santos, natural de Rio Grande, morreu aos 84 anos, em Porto Alegre, no ano de 1989.

Em 2009, a mesma resolução que instituiu a Semana Estadual da Consciência Negra da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, criou o Troféu Carlos Santos, entregue a personalidades com atuação em prol da comunidade negra.

O espaço de exposições culturais na entrada principal do Palácio Farroupilha leve o nome do ex-deputado.

Autor: Rádio Guaíba

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