CPMI aponta participação de ex-diretor da PRF em atos preparatórios do 8 de janeiro

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro apresentou nesta terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) documento afirmando ter identificado indícios de que o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária (PRF) Silvinei Vasques teve suposta participação em atos preparatórios dos ataques às sedes dos Três Poderes no início deste ano.

De acordo com a Agência Estado (AE), o documento assinado pelo presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), chegou à presidente do STF, ministra Rosa Weber, após a defesa de Silvinei solicitar a anulação das quebras de sigilo bancário, telefônico e telemático aprovadas pelo colegiado. Os advogados de Silvinei argumentaram que as quebras de sigilo foram ‘equivocadas’ e violaram a Constituição.

Já Maia argumentou ao STF que não houve ilegalidade no pedido de acesso aos dados do ex-diretor e que os parlamentares chegaram a ‘cogitar’ prendê-lo por ‘falso testemunho’ no depoimento prestado à CPMI.

“Assim, não restou ao Colegiado outra alternativa senão a apuração detalhada dos fatos levantados, o que somente se faria possível por intermédio da transferência dos sigilos”, argumentou Maia no documento enviado ao STF.

“Não se pode investigar os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 sem apurar, também, seus antecedentes e consectários, com o intuito de melhor compreender sua dinâmica, de responsabilizar efetivamente quem deve ser responsabilizado e, ao final, de fortalecer a democracia brasileira”, prosseguiu.

Silvinei Vasques exerceu o cargo de diretor-geral da PRF durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele passou a ser investigado por suspeita de que tenha organizado as operações rodoviárias realizadas no segundo turno das eleições de 2022 para dificultar a chegada de eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobretudo no Nordeste, às seções de votação.