
Abril de 2025 começa sob condições completamente diferentes de 2024. O quarto mês de 2025 começa sob condições de escassez de chuva em grande parte do Centro e Sul do país. A estiagem castiga mais de 25o municípios gaúchos com prejuízos no setor agrícola e racionamento de água em algumas cidades.
O oceano Pacífico Equatorial apresente águas ligeiramente mais frias segundo último informe semanal com a parte Leste mais quente como tem sido nas últimas semanas. No ano de 2024 o El Niño estava ativo após atingir seu ápice no final de novembro do ano anterior. Além disso, todos os oceanos do Planeta estavam mais quentes que o normal, cenário inédito até então.
Abril marca um período mais típico de outono ao passo que março, que está terminado, e que marca o início da estação das folhas, ainda alterna dias de verão com dias mais amenos e até frios. Por isso, dias de calor são comuns em março enquanto em abril são menos frequentes, embora ainda ocorram.
Os dias com madrugadas amenas ou frias também aumentam em abril pela climatologia e em alguns anos ocorrem até episódios de frio muito intenso. Em 1999, por exemplo, chegou a nevar no começo da segunda quinzena de abril por conta de uma intensa massa de ar frio associada a um poderoso ciclone que trouxe enorme ressaca e danos na costa gaúcha.
Outra característica do mês de abril é o aumento da frequência de dias com registro de nevoeiro e neblina entre a madrugada e o período da manhã à medida que cresce o número de madrugadas de temperatura mais baixa. Em algumas ocasiões, o nevoeiro pode ser denso e perdurar por várias horas com impacto importante na visibilidade.
Em Porto Alegre, abril tem temperatura mínima média histórica na estação do bairro Jardim Botânico de 16,8ºC. Já a temperatura máxima média histórica, pela série 1991-2020, é de 26,4ºC. Por sua vez, a precipitação média de abril em Porto Alegre é de 114,4 mm.
Na cidade de São Paulo, com base em dados do Mirante de Santana, a mínima média histórica de abril é de 17,5ºC. Já a média máxima histórica é de 26,6ºC. A precipitação média de abril na capital paulista é de 87 mm, muito inferior aos dos meses de verão, à medida que começa a se aproximar a temporada seca.
CONDIÇÕES DO OCEANO PACÍFICO
A região central do Pacífico, chamada de nino 3.4, área de monitoramento de La Niña e El Niño, apresentou leve resfriamento na medição semanal A anomalia foi de -0,1°C após semanas seguidas de águas ligeiramente mais quentes. Essa oscilação semanal das anomalias de TSM nesta fase de transição de La Niña para Neutralidade é natural que ocorra, mas dentro do intervalo considerado neutro com anomalia oscilando entre -0,4 e +0,4°C.
Para a MetSul Meteorologia, as condições atuais já são neutras (sem El Niño e La Niña). Aliás, o mapa de anomalia de temperatura da superfície do mar mais recorda hoje um El Niño em formação por uma língua de águas mais quentes que a média, mas não há indicativo de El Niño clássico, apenas costeiro nas costas do Peru e Equador. Nesse sentido, a anomalia do Pacífico Leste, Niño 1+2, segue mais quente que o normal e apresentou anomalia semanal de +0,9°C.
CHUVA EM ABRIL
Os primeiros dias de abril terão a passagem de uma frente fria, que, embora seja rápida poderá produzir volumes expressivos de chuva no Centro Sul do país. Entretanto, prognósticos atualizados indicam que essa passagem será curta com a chegada de massar de ar seco que deverá garantir sequência de dias com predomínio de sol. A segunda semana de 7 a 14 tende a ter predomínio de ar seco com indicativo de anomalia negativa de precipitação, ou seja, chuva abaixo da média.
Na segunda metade do mês os prognósticos indicam chuva dentro da média histórica no Sudeste, Centro Oeste e Sul do país. A chuva irá ocorrer alternando com intervalos de melhoria.
Em São Paulo a tendencia é de ter chuva mais frequente até ao redor de 20 de abril e depois haverá um decréscimo importante na frequência de dias de instabilidade.
No Sul a chuva deverá ter certa frequência na segunda metade do mês, mas os modelos não são muito otimistas quanto a volumes. Portanto, os efeitos da estiagem tendem a prosseguir no Estado. Poderá ocorrer recuperação gradual de nível de rios e umidade de forma regionalizada, mas no geral os efeitos da estiagem não terão ainda o seu fim no território gaúcho.
Nos municípios próximos a fronteira com o Uruguai, sobretudo, entre a Campanha e a Zona Sul a uma expectativa mais otimista de volumes de chuva maiores e que poderão significar alguma melhora nos efeitos da estiagem.
Nos mapas semanais de anomalia de precipitação do modelo europeu, é possível acompanhar o prognóstico semanal de precipitação em todo o território Nacional. Em verde a tendencia de chuva acima da média em laranja chuva abaixo da média.
Anomalia de precipitação da semana de 31 de março a 7 abril de 2025 do modelo ECMWF
Anomalia de precipitação da semana de 7 a 14 de abril de 2025 do modelo ECMWF
Anomalia de precipitação da semana de 14 a 21 de abril de 2025 do modelo ECMWF
Anomalia de precipitação da semana de 21 a 28 de abril de 2025 do modelo ECMWF
TEMPERATURA EM ABRIL
Anomalia de temperatura da semana de 31 de março a 7 de abril de 2025 do modelo ECMWF
O mês de abril, após o equinócio que marca o começo astronômico da estação, terá noites gradativamente mais longas o que favorece naturalmente o maior declínio da temperatura.
Os diversos modelos matemáticos analisados pela equipe da MetSul apresentem consenso com relação ao prognóstico mensal de temperatura em grande parte do Brasil. A previsão é de um mês de abril mais quente a média. Alguns modelos são mais agressivos indicando até 2,5°C acima do normal em parte dos estados do Sudeste e Sul.
Por outro lado, no prognóstico do modelo europeu a previsão é que o frio não será totalmente ausente. Nas primeiras semanas com o avanço de frentes frias, das quais primeira já ocorrerá nesta semana, o frio irá ocorrer.
O mapa acima que mostra a anomalia de temperatura nesta primeira semana do mês destaca uma grande mancha em azul sobre a Argentina, Uruguai, Paraguai e parte do Sul do país com indicativo da atuação da primeira massa de ar polar da estação em território brasileiro.
Na semana seguinte, entre 7 e 14 a tendência é do ar mais frio seguir sobre o Sul e alcançar parte do Sudeste e Centro Oeste, mas em geral não há sinais de uma incursão polar potente de grande impacto.
Já nas semanas seguintes o modelo europeu indica um padrão mais quente de temperatura com expectativa da predominância de dias amenos e até quentes. A previsão é de uma segunda metade de abril mais quente que a média em grande parte do país.
Portanto, a tendência é de ocorrer alternância maior de temperatura com potencial de aproximação e/ou atuação de ar polar na primeira metade do mês. Na segunda metade de abril aparentemente poderá ocorrer alguma situação de bloqueio atmosférico o que poderá produzir o primeiro veranico da estação com sequência de dias mais amenos e até quentes.
O outono por ser um período de transição poderá ter algumas mudanças com relação ao que se analisa nesse momento e é no curto prazo que os detalhes são mais visíveis, portanto, é importante ressaltar que os prognósticos atualizados são sempre os mais confiáveis.
Autor: MetSul
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