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Avião chega ao olho do devastador furacão Beryl; veja as imagens

Machadinho
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Olho do furacão Beryl no momento em que atingia a escala máxima de intensidade sobre o Caribe com vento perto de 300 km/h nas rajadas | NOAA

No olho do devastador furacão Beryl. Voos de reconhecimento da Força Aérea dos Estados Unidos para coletar dados meteorológicos chegaram ao olho do furacão Beryl, que avança pelo Caribe, deixando um rastro de destruição e ao menos sete vítimas.

A tripulação ontem voou no interior do olho de Beryl no momento em que a tempestade atingia a categoria 5, o máximo da escala Saffir-Simpson dos furacões, com vento sustentado em superfície de 260 km/h e rajadas perto de 300 km/h.

A tempestade é histórica por ter estabelecido vários recordes. Beryl formou-se na sexta-feira no Sudeste das Antilhas e logo se tornou um furacão de categoria 1 no sábado. A sua formação ocorreu “muito mais a Leste do Atlântico do que é habitual nesta época do ano”, disse Andra Garner, climatologista da Universidade Rowan.

O fenômeno está ligado, segundo ela, à atual temperatura do Oceano Atlântico, que não costuma ser suficientemente quente nestas zonas nesta altura do ano para permitir a formação de uma tempestade deste tipo. “Nunca se formou um furacão tão a Leste, tão cedo no ano”, acrescenta Brian McNoldy, pesquisador de furacões da Universidade de Miami, em seu blog.

O furacão Beryl intensificou-se muito rapidamente, em menos de um dia, para se tornar um grande furacão de categoria 4. “É difícil expressar em palavras o quão incrível isso é”, diz Brian McNoldy.

Mas embora seja “surpreendente ver este fenômeno diante dos nossos olhos”, também está “em linha com o que a ciência nos diz que podemos esperar de um mundo mais quente”, diz Andra Garner, que publicou estudo sobre o fenômeno de intensificação de ciclones tropicais.

Beryl foi para a categoria 4 no domingo, último dia de junho. Nunca antes um furacão desta categoria havia sido registrado em junho. Na segunda-feira, atingiu a categoria 5, a mais alta da escala Saffir-Simpson dos furacões, em novo recorde, tornando-se o furacão categoria 5 mais precoce na história do Atlântico, duas semanas antes de Emily de 2005, até então o mais precoce.

Ao voarem no interior de Beryl quando estava com categoria 5, a tripulação a bordo do avião caça-furacões fez incríveis imagens da estrutura da parede do olho no centro da devastadora tempestade.

As imagens mostram com nitidez o que se denomina de efeito estádio (stadium effect). Isso porque a aparência é de um estádio em que a parede de nuvens circular equivale às arquibancadas e o espaço aberto do olho do ciclone tropical à área aberta sobre o campo de jogo.

Hoje, Beryl passou ao Sul da Jamaica como um furacão categoria 4. Novamente, houve um voo de reconhecimento no centro da tempestade para coletar mais dados do vento e da pressão atmosférica que auxiliam a previsão.

No voo desta quarta-feira, de acordo com o meteorologista Jeremy DeHart, que integra a equipe de caça-furacões e estava a bordo, as condições eram mais complicadas com maior turbulência e granizo. Segundo ele, o olho não estava mais aberto e se cobriu de nuvens, e o setor Nordeste da parede do olho foi o de maior turbulência.

De acordo com a trajetória prevista, Beryl avançará para o estado mexicano de Quintana Roo, onde estão localizados os balneários de Cancún e da Riviera Maya, onde deverá chegar entre a madrugada e a manhã da sexta-feira.

Os Hurricane Hunters

Por que os pilotos correm tamanho risco ao voar no centro dos furacões? Os cientistas a bordo lançam radiossondas no olho da tempestade a partir do avião que coletam dados como de pressão atmosférica e vento. Estes dados são fundamentais para saber a intensidade do ciclone e uma vez alimentados nos computadores permitem uma previsão mais precisa dos modelos meteorológicos sobre a sua intensidade e trajetória.

Como os aviões não se despedaçam? Os aviões geralmente não são destruídos por ventos fortes durante o vôo. As aeronaves em geral costumam voar em correntes de jato com ventos superiores a 250 km/h em diferentes partes do mundo.

É o cisalhamento, ou mudança repentina nos ventos horizontais ou verticais, que pode destruir uma aeronave ou causar sua perda de controle. É por isso que as aeronaves Hurricane Hunter da NOAA não passam por tornados.

NOAA

Os pilotos e a tripulação da NOAA estão acostumados a voar no ambiente de vento forte de um furacão e não temem que ele destrua o avião, mas estão sempre monitorando os pontos de tempo severo e cisalhamento que podem frequentemente identificar no radar e, assim, são capazes de evitar se forem muito severos.

Os Hurricane Hunters pertencem ao 53º Esquadrão de Reconhecimento Meteorológico que opera a partir da Base Aérea de Keesler em Biloxi, Mississippi. Seus membros traçam a origem da caça ao furacão desde 1943, quando dois então pilotos do Corpo de Aviação do Exército voaram em um furacão junto ao Texas.

NOAA

Apesar da severidade de tempestades como Ida e do perigo enorme no solo, os voos têm um incrível histórico de segurança. Nenhuma aeronave foi perdida em mais de quatro décadas. A última vez foi em 1974.

Cerca de seis aeronaves de caça a furacões ou tufões foram perdidas no total ao longo da história, custando 53 vidas. Hoje, as missões são realizadas em grande parte por reservistas da Força Aérea dos Estados Unidos que, após alguns dias ou semanas perseguindo tempestades, retornam a seus empregos no mundo civil.

O olho do furacão

Característica de furacões muito intensos, o olho da Ida estava muito bem definido nas imagens de satélite na manhã deste domingo. O olho já estava a poucos quilômetros de tocar terra no litoral do estado norte-americano da Louisiana.

A característica mais reconhecível encontrada em um furacão é o olho. Eles são encontrados no centro e têm entre 20 e 50 quilômetros de diâmetro. O olho é o centro do furacão, o ponto em torno do qual o resto da tempestade gira e onde as pressões de superfície mais baixas são encontradas na tempestade.

O céu geralmente está claro ou com poucas nuvens acima do olho e os ventos são relativamente fracos. Na verdade, é a parte mais calma de qualquer furacão. Por quê? O olho está tão calmo porque os agora fortes ventos da superfície que convergem para o centro nunca o alcançam. A força de Coriolis desvia ligeiramente o vento do centro, fazendo com que o vento gire em torno do centro do furacão a parede do olho ou eyewall), deixando o centro exato (o olho) calmo.

Um olho se torna visível quando parte do ar que sobe na parede do olho é forçado para o centro da tempestade, em vez de para fora, para onde vai a maior parte. Esta parcela de ar ruma em direção ao centro de todas as direções. Essa convergência faz com que o ar realmente afunde no olho. Este afundamento cria um ambiente mais quente e as nuvens evaporam deixando um claro.

Autor: MetSul

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