A importância de mudar hábitos para evitar doenças cardiovasculares

Cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma doença cardiovascular no Brasil. Pelo menos 400 mil morrem, todos os anos, em decorrência dessas enfermidades. Um dos fatores que mais contribui para o desenvolvimento dessas doenças é o colesterol. E você sabia que pequenas mudanças no estilo de vida podem ter um impacto significativo na saúde do coração? Afinal, hábitos saudáveis desempenham um papel fundamental na prevenção de doenças cardiovasculares. No dia 8 de agosto foi celebrado o Dia Mundial de Combate ao Colesterol. Segundo a médica clínica geral do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, Dra. Gláucia Sarturi Tres, o colesterol é um tipo de gordura do sangue que exerce funções essenciais no organismo, como fazer parte da formação das membranas das células e atuar como precursor dos hormônios esteroides, sais biliares e vitamina D.

 Dois tipos

Há dois tipos de colesterol considerados importantes, o LDL e o HDL. “O colesterol LDL, conhecido como colesterol ruim, se deposita nas artérias e pode levar ao infarto do miocárdio, por exemplo. Já o colesterol HDL, conhecido como bom, ajuda a remover o excesso do colesterol do sangue e quanto mais elevados os seus níveis, menores os riscos de desenvolver doença cardíaca”, explica Gláucia. O colesterol é fundamental para o funcionamento do corpo, porém é necessário ingeri-lo de forma equilibrada, pois níveis altos no sangue podem ocasionar graves problemas de saúde. “Quando em excesso, o colesterol pode se depositar nas paredes das artérias formando placas de gordura, as quais impedem que o sangue consiga chegar em órgãos muito importantes, vitais, como o coração, causando infarto, e o cérebro, causando o acidente vascular cerebral ou derrame cerebral”.

 Padrão alimentar

Dentre os motivos que resultam em colesterol elevado o mais comum é o estilo de vida não saudável. “O excesso de gorduras na alimentação, sedentarismo, tabagismo, a obesidade ou sobrepeso e consumo excessivo de bebidas alcoólicas são alguns dos motivos. Existem casos de hereditariedade, as causas genéticas. Além disso, pode estar relacionado com alguns medicamentos e algumas doenças, tais como diabetes, hipotireoidismo, entre outras”, ressalta a médica. O padrão alimentar é um dos mais importantes fatores para alterações do colesterol. A alimentação saudável deve ser resgatada juntamente com a orientação sobre a seleção dos alimentos, o modo de preparo, a quantidade e as possíveis substituições alimentares. “O consumo de gorduras saturadas, como miúdos, bacon, costela, vísceras (fígado, coração), pernil, pele do frango e embutidos (salsichão, salsicha, mortadela, salame), deve ser evitado, limitado e substituído por gorduras poli-insaturadas, como peixes, e monoinsaturadas, como azeite de oliva e frutas oleaginosas, que estão associadas a diminuição do colesterol ruim – o LDL colesterol. Isso contribuiu para a diminuição de eventos e morte por problemas cardiovasculares”, adverte.

Estilo de vida

Hábitos saudáveis no dia a dia ajudam a prevenir não somente doenças cardiovasculares, mas diversas outras enfermidades, como a obesidade, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, câncer e transtornos mentais. Mudanças simples, como a prática de atividade física e a alimentação saudável, além de proteger o organismo de doenças, proporcionam mais qualidade de vida. “Esses hábitos influenciam diretamente na saúde do coração, refletindo no corpo como um todo. Então hábitos saudáveis são atitudes rotineiras que melhoram a saúde, a qualidade de vida e o bem-estar físico e mental. Hábitos saudáveis como manter uma dieta pobre em gordura saturada, evitando carnes gordas, preferindo carnes brancas como a do peixe, consumir frutas e vegetais regularmente, baixo consumo de sal, moderar o consumo de bebidas alcóolicas, praticar exercícios físicos com regularidade, ou seja, no mínimo 150 minutos por semana, manter o peso ideal, não fumar, manter controlada a pressão arterial, reduzir o estresse diário com atividades de lazer, boa noite de sono e socializar são maneiras de melhorar a saúde cardiovascular”, complementa Gláucia.