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A dengue já matou dois gaúchos desde o início do ano

Secretária Estadual da Saúde já admitem epidemia da doença no Rio Grande do Sul.

 

Um dia após a Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmar a primeira morte por dengue no Rio Grande do Sul em 2024, a estatística foi ampliada nessa terça-feira (6) por um novo caso fatal da doença entre os gaúchos. Trata-se de um homem de 65 anos, residente em Santa Cruz do Sul (Vale do Rio Pardo) e que sofria de comorbidades.

A outra perda humana pela dengue também teve como vítima uma pessoa idosa e com doença crônica – uma mulher de 71 anos, moradora da cidade de Tenente Portela (Região Noroeste).

Assim como em doenças como covid e gripe, a faixa etária superior a 60 anos compõe um dos principais grupos de risco para o agravamento do quadro de saúde após a picada pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão. Conter a proliferação do inseto, portanto, é fundamental.

Desde o início de janeiro já são ao menos 2.534 testes positivos entre os gaúchos. A maioria (2.305) contraiu a doença dentro do próprio Estado. O avanço da estatística preocupa as autoridades, cientes de que a situação pode ser ainda pior que a do ano passado, quando o Estado teve quase 38,5 mil casos confirmados e 54 óbitos.

Em entrevista a uma rádio de Porto Alegre nessa terça, a titular da SES, Arita Bergmann, declarou que o Rio Grande do Sul vive uma epidemia de dengue, a exemplo de outros Estados. Ela também mencionou o altíssimo índice de infestação do Aedes, que já atinge 466 das 497 cidades gaúchas.

Dicas à população

Diante das manifestações dos primeiros sintomas compatíveis com a dengue, as autoridades médicas recomendam que o indivíduo procure um serviço de saúde o mais rápido possível. O objetivo é evitar o agravamento do caso e a evolução para óbito.

Como principais sintomas são listados a febre alta (39°C a 40°C) e com duração de dois a sete dias, mal-estar geral, náusea, vômito, diarreia, manchas avermelhadas na pele, com ou sem coceira. Também aparecem de forma frequente os relatos de dores na cabeça (inclusive atrás dos olhos) e em outras partes do corpo.

O uso de repelente é indicado para maior proteção individual contra o inseto, cuja picada da fêmea funciona como vetor. Não menos importante é revisar as áreas interna e externa da residência (casa ou apartamento) para eliminar objetos com água parada. Essas ações impedem o mosquito de nascer, cortando assim o seu ciclo de vida já na fase aquática.

Vacinação nacional

Em janeiro, o Ministério da Saúde anunciou que a vacinação contra dengue terá como segmento prioritário o público infanto-juvenil com idade entre 6 e 16 anos. Essa faixa etária foi determinada a partir de uma indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O fármaco a ser utilizado é “Qdenga”, desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma e cujo registro foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 e incorporado ao Programa Nacional de Imunização. Também será utilizado um imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantã-SP.

Com a iniciativa, o Brasil se tornou o primeiro país a oferecer a vacina no sistema público de saúde. Em clínicas privadas, a Qdenga também está disponível. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou no sábado (3) que está prevista a ampliação da campanha. Ela também comentou que há situações epidêmicas em alguns municípios brasileiros, mas não em nível nacional.

Questionada sobre a distribuição das 750 mil doses que chegaram ao País em 20 de janeiro e o início da aplicação, Nísia disse que não há uma data definida. Ao todo, 521 cidades devem receber as doses em breve, tendo como foco crianças e adolescentes na faixa de 10 a 14 anos, segmento etário mais restrito que o previsto originalmente.

(Marcello Campos)

(Foto: EBC)

Autor: O Sul

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