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Jorge Messias acerta com Lula que vai procurar todos os senadores antes de sua sabatina

Messias sabe que terá de construir a aprovação do seu nome e conta com o apoio de Lula para vencer resistências.

 

Durante encontro nessa quinta-feira (20) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado-geral da União, Jorge Messias – indicado para substituir Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) – alinhou com o presidente que realizará uma rodada de conversas individuais com cada um dos senadores, incluindo integrantes da oposição, com o objetivo de construir apoio suficiente para a aprovação de seu nome no Senado.

A estratégia, segundo auxiliares palacianos, busca reduzir resistências iniciais e ampliar a base de sustentação antes da sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e da votação em plenário.

Nos bastidores do Congresso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e diversos senadores governistas manifestavam preferência para que Lula indicasse o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à vaga deixada por Barroso. O próprio Lula, entretanto, conversou pessoalmente nesta semana com Pacheco e informou que não o escolheria para o Supremo, encerrando especulações que circulavam há meses.

Ciente do cenário, Jorge Messias reconhece que precisará construir sua aprovação passo a passo. Ele conta com interlocuções diretas, com apoio do presidente Lula e de líderes governistas, para superar resistências inclusive dentro da própria base aliada – especialmente entre senadores que declaravam publicamente que só aprovariam o nome de Rodrigo Pacheco. A avaliação de aliados é que a articulação dependerá tanto de gestos políticos quanto da disposição do indicado em dialogar com diferentes correntes do Senado.

Messias, que é evangélico, pretende também destacar esse aspecto pessoal em conversas com parlamentares que compartilham dessa mesma identidade religiosa, especialmente entre membros da oposição. A expectativa é que esse ponto comum possa suavizar resistências e abrir portas para um diálogo mais receptivo. Segundo relatos, ele acredita que sua trajetória e sua “crença em Deus” podem contribuir para demonstrar aos senadores que ele merece o voto deles, independentemente de alinhamentos partidários.

A Lula, Messias ouviu que o presidente estava ciente de que Alcolumbre defendia Pacheco, mas reforçou que a indicação de ministros do STF é uma “prerrogativa” exclusiva do chefe do Poder Executivo. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, reconheceu que o ambiente político era mais favorável a Pacheco, mas avaliou que esse quadro tende a mudar com a oficialização do nome de Messias.

No Palácio do Planalto, a confiança na aprovação repousa sobretudo na capacidade de articulação do presidente Lula. Mesmo aliados, porém, avaliam que será necessário um esforço expressivo do governo para consolidar os votos. Na oposição, a tendência é votar em bloco contra o indicado. O grupo reúne, no máximo, cerca de 30 votos – número insuficiente para barrar a indicação sem adesões de senadores governistas, possibilidade que ainda será testada ao longo das negociações. (Com informações do colunista Valdo Cruz, do portal g1)

(Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Autor: O Sul

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