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Dólar fecha abaixo de R$ 5,90 pela primeira vez desde novembro

O dólar comercial encerrou, nesta terça-feira (28), em queda de 0,73%, a R$ 5,86. Esta é a primeira vez que a moeda encerrou as negociações abaixo de R$ 5,90 desde o dia 26 de novembro. Na mínima do dia, a divisa chegou a valer R$ 5,8565. O comportamento do dólar frente ao real descolava-se do desempenho ao redor do globo, onde avançava frente boa parte das moedas mais negociadas do mundo.

Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, explica que não há uma notícia específica desta terça-feira que justifique a valorização do real. Entretanto, ele aponta que o fluxo de entrada de investidores estrangeiros no País têm ajudado a moeda doméstica.

Segundo dados da B3, há um superávit acumulado de US$ 3,1 bilhões em 2025 — isto é, houve uma entrada maior de capital estrangeiro no País do que saída neste início de ano.

Okuyama lembra que o real foi uma das moedas que mais se depreciou frente ao dólar no fim do ano passado. O baixo patamar da divisa brasileira pode ter sido visto como uma oportunidade para a alocação de recursos deste investidor estrangeiro, explica o analista.

“Ainda mais em um ambiente que o Trump trade está sendo desfeito”, afirma. De acordo com Okuyama, esse movimento resulta da postura mais comedida do presidente norte-americano em relação às tarifas que prometeu impor sobre importações. O presidente americano, Donald Trump, renovou nesta segunda-feira as ameaças de taxas contra diversos países para proteger a produção nos EUA. Entretanto, analistas avaliam que enquanto medidas concretas não forem tomadas por parte do republicano, o efeito sobre o dólar não será visto de forma mais acentuada, como visto no fim de 2024.

Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, analisa que o investidor estrangeiro está remontando as posições no real, após esperar e entender até quando duraria a forte desvalorização da moeda brasileira no fim do ano passado:

“Se você tem uma moeda pressionada que nem o real, o investidor estrangeiro acaba segurando, botando um pé no freio para entender qual o teto da moeda, antes de voltar a trazer dinheiro para o nosso País.”

Além disso, ele sinaliza um possível desmonte das operações em dólar vistas no fim de 2024. Isto é, os operadores que investiram em ativos – ações, títulos do Tesouro americano, entre outros – baseados na divisa americana em novembro e dezembro, durante a trajetória de valorização da moeda, venderam parte deste montante para obterem lucros.

Superquarta

Pedro Ros, CEO da Referência Capital, explica que outro ponto de atratividade para o dólar neste início de ano foi o grande diferencial de juros entre os Estados Unidos e o Brasil. Isso acaba favorecendo a operação de carry trade, que consiste em pegar dinheiro emprestado em um país com juros baixos para aplicar em um que tenha juros mais altos, lucrando com a diferença.

Amanhã, investidores acompanharão as decisões de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A expectativa é que as taxas sejam mantidas no país norte-americano e subam 1 ponto percentual por aqui, aumentando o diferencial comentado pelo analista.

(As informações são do jornal O Globo)

Autor: O Sul Acompanhe as Redes Sociais da Destaque News e receba as notícias atualizadas em tempo real. WHATSAPP , TELEGRAM , FACEBOOK , INSTAGRAM , TWITTER

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