Santa Catarina confirmou nesta sexta-feira (26) os três primeiros casos da febre do Oropouche, uma doença parecida com a dengue e que tem como transmissor principal o mosquito maruim. É a primeira vez que o vírus é identificado no Estado e, por isso, uma investigação será feita. Os três episódios ocorreram em Botuverá, no Vale do Itajaí
De acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde (SES), os moradores, que têm entre 18 e 40 anos, apresentaram sintomas de dengue na primeira quinzena deste mês e procuraram atendimento médico. Como o exame mostrou não se tratar da doença, amostras de sangue foram encaminhadas a um laboratório particular, que confirmou na quinta-feira (25) a febre do Oropouche.
A prefeitura avisou ao Estado e, agora, ambos estão averiguando como validar o diagnóstico junto a um laboratório de saúde pública de referência nacional, conforme orienta o Ministério da Saúde nestas situações. Em paralelo, a Secretaria de Saúde começou uma investigação epidemiológica. O órgão vai sistematizar informações importantes de casos suspeitos e confirmados (como deslocamentos, sintomas e quadro clínico), coletar mosquitos e outras ações para fortalecer a vigilância da doença.
Saiba o que é a febre oropouche, confundida com a dengue e que causa surto no AM
Até então não havia registros de infectados pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense no Estado, informou a SES. Porém, no Norte do Brasil, a doença é conhecida. Dados do Ministério da Saúde mostram que houve um aumento expressivo de casos na região em relação ao ano passado. Em todo 2023 foram 832, enquanto no primeiro trimestre de 2024 foram mais de 3,1 mil, a maioria no Amazonas, que declarou surto da doença no último mês.
Os três pacientes de Botuverá, no entanto, disseram não ter viajado para fora de Santa Catarina nas últimas semanas. Eles passam bem.
O que é a febre do Oropouche
A doença viral foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de um bicho-preguiça recolhida durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, especialmente nos estados da região amazônica.
O principal vetor, ou seja, quem transmite, é o maruim — mosquito que fez Luiz Alves, também no Vale do Itajaí, decretar situação de emergência por conta da infestação neste ano. Ele está geralmente associado a regiões com maior umidade e presença de matéria orgânica. Depois de se alimentar do sangue de uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no mosquito por alguns dias. Quando ele pica outra pessoa novamente, pode transmitir o vírus para ela.
Há registro, porém, de outros mosquitos transmissores nas áreas urbanas, como o Aedes serratus e Culex quinquefasciatus (pernilongo). Entre as características do vírus está o alto potencial de disseminação, com capacidade de causar surtos e epidemias. Tal como na dengue, é a fêmea a responsável por transmitir o Orthobunyavirus através da picada. Não há vacina e tratamento específico disponíveis.
O período de incubação do vírus em humanos pode variar entre três e oito dias após a infecção pela picada. Os sintomas duram de dois dias a uma semana, com evolução sem sequelas, diz o governo federal. O Ministério da Saúde não confirmou nenhuma morte pela doença até o momento.
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Quais os sintomas
Fácil de confundir com a dengue, os infectados apresentam dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, tontura, náusea, calafrios e diarreia. Por não existir vacina ou tratamento específico, o médico normalmente receita remédios para minimizar os sintomas. Os pacientes devem permanecer em repouso e tomar bastante água.
Como prevenir
De modo geral, o maruim é atraído por umidade, sombra e matéria orgânica. Por isso é importante manter terrenos livres de mato acumulado. Além disso, o uso de repelentes e roupas compridas pode ajudar a evitar as picadas.
Autor: NSC Total Acompanhe as Redes Sociais da Destaque News e receba as notícias atualizadas em tempo real. WHATSAPP , TELEGRAM , FACEBOOK , INSTAGRAM , TWITTER