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“Eu não ouvia o meu treinador falar”: como a torcida do Inter impressionou Guiñazu pela primeira vez

Pablo Guiñazu começou a conhecer a força da torcida do Inter um ano antes de assinar contrato com o clube. Em 2006, ele esteve no Beira-Rio com o Libertad sonhando em passar à final da Libertadores, mas o desejo ficou frustrado pela derrota de 2×0 para o então time de Abel Braga, que venceu com gols de Alex e Fernandão. No dia anterior à volta da semifinal, o ex-volante argentino já havia sentido que a massa colorada iria dar trabalho.

Em relato dado nesta última segunda-feira ao canal Bora Falar de Inter, Guiñazu revelou que torcedores fizeram foguetório enquanto o Libertad tentava treinar no Beira-Rio e que por conta disso o treinador nem conseguia se comunicar com os jogadores. A “participação” dos colorados seguiu madrugada adentro:

“A minha chegada ao Inter foi um orgulho muito grande porque, como todos sabem, eu tinha perdido com o Libertad na semifinal de 2006 da Libertadores. Dois jogos muito parelhos. Eu perdi, mas comecei a conhecer o tamanho do Inter. A paixão que o torcedor tem por esse clube”, iniciou Guiñazu, para depois completar:

“Nunca vou me esquecer: empatamos em 0x0 e viemos pra Porto Alegre sabendo que seria muito difícil, mas a ilusão estava presente. Só que, no dia anterior, fomos treinar de noite no Beira-Rio e não tinha ninguém no estádio. Só que tinha uns malucos lá fora tocando foguete como se tivesse entrado o Inter em campo. E o foguete não parava. O nosso treinador não conseguia falar. Ele gritava. A gente tinha que chegar bem perto, eu não ouvia. Essa maluquice eu nunca tinha vivenciado. Depois, no hotel, ninguém conseguiu dormir com foguetório até 5h da manhã. Aí tu já sabe que vai enfrentar um time com uma torcida que empurra, que joga junto. Por isso, quando veio o convite do Inter, eu já sabia que teria o máximo compromisso com essa torcida”, terminou.

De 2007 a 2012, Guiñazu empilhou títulos com a camisa do Inter como Copa Sul-Americana, Recopa Sul-Americana, Copa Libertadores, Copa Suruga e quatro Gauchões. Confira outras aspas da sua entrevista:

Alexander Medina:

“Eu trabalhei com o Cacique no Talleres. Lá ele me convidou para ser auxiliar. Foram seis meses e aprendi muito. É uma comissão sensacional. Ele é muito competente, muito bom. Tomara que comece a dar certo com resultados. O dia a dia eu sei que é espetacular. Hoje, escolhi ser treinador e montei uma comissão técnica. Não fosse isso, claro que eu gostaria de ter vindo junto com Medina. Acreditem nele. É um grande treinador, um grande profissional. O dia a dia é de nível top. O trabalho dele vai falar por si. Mas é preciso tempo. Eu o vejo como um fenômeno”

Time de 2008 do Inter e Nilmar:

“Nunca tinha visto um jogador voar. Até o Neymar surgir no Santos depois. O Nilmar fazia. A gente dava um chutão e a bola não saía graças ao Nilmar. Aquele time era sensacional. Nilmar, um fenônemo. O time de 2008 tinha muita qualidade, mas também sabia sofrer. Se precisasse se fechar, nos fechavámos. E no Beira-Rio a gente não dava nada pra ninguém”

Treinar de casaco ou moletom:

“Desde pequeno eu sempre botei um casaco ou moletom para treinar. Dava aquele suador e fui me acostumado. Era uma coisa também para acostumar a mente e me preparar. Sendo volante, você corre para todos os lados, o ar para de vir, você cansa. Se eu treino de moletom e vou para o jogo só com a camisa, já dava uma sensação de alívio. No Brasil eu enfrentei os melhores jogadores. Não era fácil correr os 90 minutos. Usar casaco no dia a dia era também uma questão mental”

Autor: Zona Mista

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