O feitiço russo se volta contra o feiticeiro americano

No seu seu discurso ao povo russo na última segunda-feira, Vladimir Putin disse que “a Ucrânia pretende criar suas próprias armas nucleares”, e que os Estados Unidos estão convertendo suas defesas antimísseis em armas ofensivas e tem planos de colocar armas nucleares em território ucraniano”.
Fake news. Quando a Ucrânia desistiu de um enorme arsenal de armas nucleares deixadas em seu território após o colapso da União Soviética, fez um acordo com Washington, Londres e Moscou, trocando as armas por uma garantia de sua segurança e fronteiras. Putin conhece o acordo.
Mas ao apelar para a teoria da conspiração, ele apenas se vale da arma mais poderosa das guerras da história da humanidade – a mentira. Uma antiga lição ensina que a verdade é a primeira vítima de todos os conflitos. Não será diferente desta vez.
Como não foi quando os Estados Unidos invadiram o Iraque em 20 de março de 2003. A desculpa? O ditador Saddam Hussein apoiava organizações terroristas e tentava construir armas nucleares. Hussein foi morto. O Iraque não tinha armas nucleares.
Quando a guerra começou, pelo menos 775 repórteres e fotógrafos, a maioria americanos, foram para a região e assinaram contratos com os militares limitando o que poderiam reportar. O tenente-coronel Rick Long, do Corpo de Fuzileiros Navais, justificou:
“Francamente, nossa tarefa é vencer a guerra. Parte disso é a guerra de informações. Então nós vamos tentar dominar o ambiente das informações”.
Jamais se saberá quantas pessoas morreram durante a invasão do Iraque; as estimativas variam de 3.200 civis a 7.500. Na madrugada de hoje, o governo ucraniano disse ter derrubado seis jatos russos e um helicóptero. O governo russo desmentiu.
Autor: Metropoles