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85% dos bolsonaristas desaprovam atos do 8 de janeiro

Radicais invadiram as sedes dos três Poderes no 8 de janeiro de 2023.

 

Um ano após o 8 de janeiro, as invasões aos prédios dos Três Poderes são fortemente rejeitadas mesmo entre os bolsonaristas: 85% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno contra Lula (PT) desaprovam os atos, segundo pesquisa Genial/Quaest. O índice era de 90% na última rodada do levantamento, realizada em fevereiro de 2023, um mês após o ataque aos Poderes.

No geral, 89% da população brasileira não concorda com as invasões e 6% aprovam. A desaprovação é maior entre os eleitores de Lula, presidente então recém-eleito que os atos golpistas tentaram derrubar. Neste caso, o índice é de 94% — eram 97% na primeira rodada.

“A rejeição aos atos do 8 de janeiro mostra a resistência da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, avalia Felipe Nunes, diretor da Quaest. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança, 95%. Foram realizadas 2.012 entrevistas presenciais entre os dias 14 e 18 de dezembro.

O governo realizará um ato, inicialmente chamado de Democracia Restaurada, e depois alterado para Democracia Inabalada, com o objetivo de marcar a data na segunda-feira, 8. O ato ocorre em parceria com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso, mas sob protesto da oposição formada principalmente por parlamentares bolsonaristas.

Para Nunes, Lula não pode repetir o erro do presidente dos EUA, Joe Biden, e partidarizar o 8 de janeiro como o americano fez com a invasão ao Capitólio. O apoio ao ato dos apoiadores de Donald Trump subiu de 9% um mês após a invasão para 20% dois anos depois, segundo pesquisa do YouGov. No Brasil, a aprovação da invasão dos prédios dos Três Poderes era de 4% em fevereiro do ano passado e agora está em 6%.

“O 6 de janeiro nos EUA não é hoje um tema da democracia, mas da polarização partidária: democratas x republicanos. No Brasil, para que os índices de apoio às invasões continuem baixos, Lula não deve partidarizar o assunto. É imperativo que esse debate não seja contaminado por cores partidárias, porque trata-se de um problema do Estado brasileiro”, avalia o diretor da Quaest.

Papel de Bolsonaro

A Quaest também mediu a percepção da população sobre o papel de Bolsonaro. Ele é investigado como um dos possíveis incitadores e autores intelectuais da tentativa de golpe. Enquanto a Procuradoria-Geral da República realiza a investigação, os brasileiros se dividem sobre a influência do ex-presidente no episódio.

Refletindo a polarização que marca a vida política no Brasil, a influência de Bolsonaro nos ataques divide os entrevistados: 47% acham que sim, ele teve alguma responsabilidade (quatro pontos percentuais a menos que no levantamento anterior), e 43% responderam que não. O placar é mais apertado do que o registrado no primeiro levantamento feito pelo instituto no ano passado. Naquela ocasião, 51% enxergavam influência do ex-presidente contra 38% que não viam assim.

A maioria (51%) acha que os participantes da invasão às sedes dos Poderes “são radicais e não representam os eleitores de Bolsonaro”, enquanto 37% disseram que os golpistas representavam o ex-presidente.

(Foto: Reprodução)

Autor: O Sul

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